Brasileira diz não se lembrar de ter confessado crime
16 de dezembro de 2009, 14h29
A advogada brasileira Paula Oliveira, que responde a processo na Justiça suíça por supostamente ter inventado um ataque de grupos neonazistas contra ela, disse à juíza Eleonora Lichti que não se lembra de ter falado aos policiais que havia forjado o ataque. "Não consigo me lembrar de nada", afirmou. As informações são do portal UOL.
Ao responder a pergunta da juíza sobre o suposto ataque, a brasileira disse: "Essa é a verdade que está guardada na minha memória". A advogada afirmou que estava em estado de choque, queria fugir do assédio da mídia e que os policiais, na ocasião do depoimento, garantiram que tudo acabaria mais rápido se ela fizesse uma confissão.
A advogada, que vivia legalmente no país, disse à polícia ter sido vítima de um ataque xenófobo feito por um grupo de neonazistas, em fevereiro deste ano, no banheiro de uma estação de trêm, nos arredores de Zurique. A brasileira disse que estava grávida e que havia perdido gêmeos quando os agressores marcaram, à faca, na barriga e nas pernas, as iniciais "SVP", siglas de um partido de extrema direita suíço.
A versão passou a ser contestada depois de exames ginecológicos atestarem que ela não estava grávida. O incidente causou comoção não apenas no Brasil, mas também na Suíça. O SVP teria pedido a expulsão da brasileira do país.
A Promotoria não pediu pena de prisão, mas quer que a advogada seja punida com uma multa em dinheiro. Ela é acusada de se auto-mutilar e de ter dado apresentado acusação falsa à polícia, sobre o suposto atauqe neonazista.
O advogado de Paula, Roger Müller, divulgou há dois meses um comunicado informando que "Paula não reconhece a acusação formulada pela Procuradoria Superior do Ministério Público do Cantão de Zurique". Ele diz que sua cliente é inocente.
A defesa alega, ainda, que a brasileira sofre de problemas mentais. Ela chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica em Zurique, após o incidente. Mas para o veredicto, o tribunal levará em consideração somente o estado mental de Paula no momento do suposto ataque. A defesa anunciou que vai levar à Justiça outras provas a favor da versão de Paula.
O caso chegou a criar tensão diplomática entre o Brasil e a Suíça.
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