Terra ocupada

MST invade fazenda de Abadía que vai a leilão nesta segunda

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21 de janeiro de 2008, 11h46

Um grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) invadiu, nesta segunda-feira (21/1), a Fazenda Finca, de propriedade do traficante Juan Carlos Ramírez Abadía, em Guaíba (RS) — que vale R$ 1,7 milhão. O imóvel irá a leilão nesta segunda. A fazenda já havia sido leiloada no começo de janeiro, mas não houve compradores. As informações são do O Globo.

O grupo de cerca de 300 famílias alega que a fazenda de Abadía foi comprada com dinheiro ilícito. Eles pedem que o governo use a área do imóvel para assentar famílias. A fazenda tem 129 hectares e uma casa de 500 metros quadrados. A propriedade tem piscina, outras duas casas menores, um galpão de madeira usado como estacionamento, seis açudes e um pomar.

O outro imóvel do megatraficante que será colocado à venda nesta segunda-feira é a mansão de Aldeia da Serra, onde ele morava com a mulher e acabou sendo preso. A casa fica no condomínio Morada dos Lagos, tem área total de 639 metros quadrados, cinco quartos, quatro banheiros, quatro salas, piscina e academia de ginástica. Os imóveis voltam a leilão com desconto de 40%. Os lances podem ser feitos pela internet no site www.inqj.org.br.

Três imóveis do traficante já foram leiloados em São Paulo. Os imóveis foram vendidos por valor maior do que o de avaliação e a arrecadação foi de R$ 4,3 milhões. As cinco casas estavam avaliadas em R$ 5,7 milhões. A mansão de Santa Catarina foi a mais disputada, com 12 lances, a maioria pela internet. Mas quem comprou foi uma pessoa que estava participando fisicamente do leilão.

Também foi vendido o sítio Santa Bárbara, que fica na cidade de Pouso Alegre (MG). Ele tem oito alqueires, dez lagos para a criação de peixes, uma casa com quatro suítes, piscina, sauna, cinco chalés e um salão de alvenaria onde funcionava um refeitório. O valor de avaliação foi de R$ 540 mil e o valor de venda de R$ 650 mil. Outra casa vendida foi a de Angra dos Reis (RJ), por R$ 1,6 milhão, R$ 500 mil a mais do que o valor de avaliação.

Os leilões foram determinados pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Segundo o juiz, os imóveis têm alto custo de manutenção e o estado não tem como arcar com essa despesa. A venda evita que o patrimônio se deprecie, já que o custo de manutenção é alto e não seria arcado pela Justiça. O dinheiro fica depositado numa conta da Caixa Econômica Federal até o final do processo.

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