Justiça decreta prisão do pai e da madrasta da menina Isabella
2 de abril de 2008, 20h48
A Justiça acatou, no início da noite desta quarta-feira (2/4), o pedido de prisão temporária feito pela Polícia e pelo Ministério Público contra o consultor jurídico Alexandre Nardoni, de 29 anos, e sua mulher Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24 anos. Com essa decisão, o delegado Calixto Calil Filho, titular do 9º Distrito Policial, passa a considerar os dois como suspeitos de assassinar a garota Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos.
A menina morreu no domingo (30/3), depois de ser arremessada da janela do apartamento onde seu pai morava com a mulher e outros dois filhos, do segundo casamento. Eles deverão ficar presos por 30 dias. As informações são da Agência Estado.
Também foi decretado segredo de Justiça no caso. A polícia acredita que a garota morreu depois de ser jogada da janela. Na terça-feira (1º/4), o delegado pediu ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar os registros das ligações feitas pelo casal e por moradores do prédio após a queda da menina. Por enquanto, a Polícia colhe provas periciais para reforçar o inquérito. Na busca por novos indícios, os peritos criminais devem voltar ao apartamento.
Seis pessoas já prestaram depoimento sobre o caso. Dois vizinhos do casal disseram ter ouvido gritos de “Pára, pai! Pára, pai!” momentos antes de o corpo de Isabella ser encontrado. Mas, segundo o delegado, eles não souberam dizer se os gritos eram da menina.
Os advogados de Nardoni, Ricardo Martins e Rogério de Souza, contestam a versão das testemunhas. “A fala é interpretativa. A pessoa que está em situação de risco fala ‘Pára!’, ‘Pára!’, e chama o pai. ‘Pai!’, ‘Pára!’, ‘Pai!’”, disse Martins. O advogado afirmou também que Nardoni e a atual mulher, com quem tem dois filhos (um de 3 anos e outro de 10 meses), estão abalados com a morte de Isabella.
“Todos são inocentes e irão provar. Dias antes do fato, Ana Carolina perdeu as chaves do apartamento. Posso provar que ela perdeu as chaves porque tenho uma testemunha que vai aparecer no momento oportuno”, declarou o advogado.
De acordo com peritos do Instituto Médico-Legal, há sinais no corpo da menina Isabella que sugerem uma tentativa de asfixia. Uma mancha no pulmão e no coração, dizem, é “compatível com sufocamento pela boca ou narina ou ainda esganadura”.
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