PGR estuda se denuncia Azeredo por causa de mensalão mineiro
19 de setembro de 2007, 18h56
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, analisa nos próximos 15 dias o relatório da Polícia Federal para poder decidir se denuncia ou não o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) como um dos beneficiários do chamado mensalão mineiro. O esquema é referente a desvios de recursos públicos e arrecadação de dinheiro para sua campanha eleitoral, de 1998, a governador de Minas Gerais.
O posicionamento do procurador será anunciado até o final do mês. No período que antecedeu a eleição de 1998, o esquema operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza teria movimentado mais de R$ 28 milhões, distribuídos pelo caixa de campanha do senador, o tesoureiro Cláudio Mourão, a políticos do PSDB mineiro.
O MPF agora se foca na lista elaborada pelo tesoureiro Mourão, que consta do relatório do delegado federal Luiz Flávio Zampronha, cuja íntegra foi divulgada pela revista Consultor Jurídico. A chamada “lista de Mourão”, diz o relatório da PF, incluiria a doação de R$ 110 mil ao hoje governador de Minas Gerais, Aécio Neves, então candidato a deputado. De acordo com o relatório, pelo menos R$ 500 mil teriam sido desviados do antigo banco oficial do governo de Minas Gerais, o BEMGE, e mesclados ardilosamenteaos recursos arrecadados para a campanha de Azeredo.
Segundo a PF, o comitê da campanha montou uma estratégia “para legitimar (lavar) os recursos que seriam empregados durante a dispendiosa campanha, tendo por base a utilização das empresas de publicidade de Marcos Valério no desenvolvimento da sofisticada técnica conhecida por commingling (mescla)”. Ainda de acordo com o relato do delegado, a mescla consiste “na utilização de estruturas empresariais legítimas para a reunião de recursos obtidos licitamente, a partir de atividades comerciais normais, com outros obtidos ilicitamente”.
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