Pecado do padre

Igreja nos EUA faz acordo milionário com vítimas de abuso sexual

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15 de julho de 2007, 17h51

A Igreja Católica nos Estados Unidos fechou um acordo financeiro com mais de 500 pessoas que alegam ter sido vítimas de abuso sexual por padres em Los Angeles, na Califórnia. Os números impressionam: estipula-se que a igreja irá pagar US$ 660 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). A informação é da BBC.

Os números foram divulgados pelo advogado das supostas vítimas, Ray Boucher. No entanto, a indenização ainda tem que ser aprovada por um juiz.

Este será o maior pagamento já feito pela igreja desde que surgiu o escândalo de abuso sexual envolvendo religiosos em 2002. Se for concretizado, o total de indenizações pago pela igreja desde 1950 nos EUA chegaria a US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões).

Em carta, o cardeal Roger Mahony disse que a igreja venderia prédios administrativos e consideraria a venda de outras 50 propriedades para levantar fundos para o acordo. A diocese de Los Angeles ainda não comentou as negociações, mas informou que integrantes da Igreja planejavam ir ao tribunal na manhã de segunda-feira (16/7).

Uma das supostas vítimas no processo, Steven Sanchez, disse estar ao mesmo tempo aliviado e desapontado com o resultado. “Eu estava emocionalmente pronto para levar a arquidiocese para a corte em menos de 48 horas, mas estou feliz que todas as vítimas vão receber uma compensação”, disse ele.

O advogado Ray Boucher disse que o acordo pede a divulgação de arquivos confidenciais dos padres. “A transparência é parte fundamental disso”, disse Boucher.

Desde 2002, cerca de mil pessoas entraram com ações contra a Igreja Católica só na Califórnia. Em fevereiro de 2004, um relatório encomendado pela igreja concluiu que mais de 4 mil padres católicos nos EUA eram acusados de cometer abuso sexual nos últimos 50 anos.

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