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Mais um preso acusa procurador de tramar morte de colega

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15 de janeiro de 2007, 11h57

O ex-policial militar Lenílson Braga da Silveira, apelidado de Carioca, acusou o procurador-geral licenciado do Amazonas, Vicente Augusto Cruz de Oliveira, de tê-lo contratado como parte de trama para matar o procurador Mauro Campbell. Carioca foi preso na sexta-feira (12/1) e é o terceiro envolvido a apontar Cruz como mandante do crime.

O procurador-geral licenciado nega participação e diz ser vítima de armação por parte de Campbell. A reportagem é da jornalista Talita Ribeiro, do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de Carioca, já foram presos o office-boy Franklin Martins e Jane da Silva Santos, conhecido como Caneco. No depoimento dos três acusados, Cruz figura como mandante do crime — que não chegou a ser consumado e que visaria tirar Campbell da disputa pela Procuradoria-Geral do Estado do Amazonas.

Carioca disse à Polícia que foi contratado pelo técnico em eletrônica Élson Moraes para matar Campbell. Recebeu o dinheiro e fugiu, sem executar o plano. Franklin Martins teria sido, então, o segundo contratado. Carioca acusou também Oswaldo da Silva Bentes, segurança particular de um deputado estadual, que foi preso no sábado (13/1) pela Polícia.

Segundo fontes do Ministério Público, durante seu depoimento Carioca confessou ter recebido R$ 25 mil para executar o procurador. Um extrato bancário do ex-policial militar já havia revelado um depósito em dinheiro de R$ 21 mil, feito em novembro. A Justiça expediu mandado de prisão para Élson Moraes.

Defesa

Na semana passada, quando foi preso, Cruz declarou ser “vítima de uma armação” de Campbell. “Esse suposto crime de que me acusam, de encomendar a morte de alguém, nem é crime”, afirmou. “Eu fui preso sem razão porque, se fosse verdade, não há no Código Penal nada que fale sobre crime de encomendar a morte”, disse na ocasião. Cruz, que ganha R$ 22 mil por mês, disse que jamais teria R$ 20 mil para contratar pistoleiros.

Campbell afirmou que o complô para matá-lo não o afastará da disputa pelo comando do Ministério Público do Amazonas. Ele disse não acreditar que toda a trama para matá-lo esteja realmente relacionada à disputa pela Procuradoria-Geral de Justiça.

Na sexta-feira, chegou a Manaus uma comissão nomeada pelo presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Antônio Fernando Souza, para ajudar na apuração dos fatos.

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