Desvio de fundos

Presidente da Hyundai é condenado a três anos de prisão

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5 de fevereiro de 2007, 15h22

Chung Mong-koo, presidente da sul-coreana Hyundai Motor, foi condenado nesta segunda-feira (5/1) a três anos de prisão por desviar fundos para subornar funcionários públicos e executar operações ilegais com ações para garantir o seu controle na empresa. A informação é destaque nas agências de notícias internacionais.

Os promotores de Seul haviam pedido seis anos de cadeia para Mong-koo, de 68 anos. Desde junho de 2006, ele está em liberdade depois de pagar fiança após dois meses em prisão preventiva.

O tribunal reconheceu a contribuição do executivo para a economia do país, mas ponderou que a criação de fundos ilegais afeta a liberdade e a credibilidade da empresa. A Corte acrescentou que estas práticas ilegais devem ser combatidas em favor do avanço da economia.

O juiz Kim Dong-oh considerou os atos de Mong-koo como “claramente criminosos”, que “minam profundamente a transparência e a solidez da gestão de negócios e exercem muitos efeitos adversos na cultura de negócios do país”.

No entanto, o tribunal permitiu que Mong-koo permaneça em liberdade caso pague fiança. Ele poderá ainda apelar da sentença.

Segundo os promotores sul-coreanos, o presidente da Hyundai utilizou 90 bilhões de wons (R$ 201,4 milhões) para criar um fundo ilegal para uso próprio e também para pagar lobistas e favores a membros do governo. Também causou prejuízos de 210 bilhões de wons (R$ 470 milhões) para a empresa em um negócio da Kia Motors, que envolveu o seu filho Eui-sun.

Chung Mong-koo é o segundo filho do lendário fundador do grupo Hyundai, Chung Ju-yung. Após disputar o controle do grupo com seu irmão mais novo, Chung Mong-hun, que já morreu, o executivo assumiu o comando do gigante automobilístico.

Conhecido por seu jeito franco, o presidente transformou a Hyundai Motor no sexto maior fabricante automobilístico do mundo. A figura de Mong-koo é fundamental para o funcionamento da Hyundai Motor, já que ele não é apenas proprietário da empresa, mas a dirige pessoalmente.

O caso é só mais um dos problemas por qual passa a empresa, abalada por divergências com sindicatos, multas por concorrência desleal e desvalorização do dólar, o que dificulta as exportações de carros para os Estados Unidos

A Hyundai Motor e sua afiliada Kia Motors detêm 70% do mercado de exportação de carros da Coréia. Automóveis ocupam uma parcela de 10% do total de exportações do país.

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