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PF prende ex-deputado envolvido na máfia das sanguessugas

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13 de agosto de 2007, 19h59

O ex-deputado federal Laudnir Lino Rossi (PP-MT) foi preso nesta segunda-feira (13/8) pela Polícia Federal, no Aeroporto de Brasília, quando tentava embarcar para Guarulhos (SP).

A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso. A ordem foi deferida porque a Justiça Federal não conseguia citar e intimar o ex-deputado. A audiência interrogatória acontece no dia 15 de agosto às 14 horas.

Rossi, que não se reelegeu nas eleições de 2006, é um dos denunciados na Operação Sanguessuga, que desmontou esquema para superfaturar ambulâncias. Ele é acusado pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, Rossi cometeu 108 vezes o crime de corrupção passiva. O processo corre em segredo de Justiça.

O oficial de Justiça tentou intimar o ex-deputado quatro vezes. Duas em Várzea Grande (seu reduto eleitoral), uma vez em Cuiabá e outra em Brasília. Quatro audiências foram adiadas. Na sua cidade, o oficial de Justiça recebeu duas informações diferentes quando apareceu no seu apartamento. Na primeira, o porteiro disse que raramente Rossi aparecia por lá. Na outra, o porteiro informou que o ex-deputado estava viajando.

“Esgotadas todas as tentativas de citação e intimação real do acusado para a audiência de interrogatório, ato este de fundamental relevância para a instrução criminal e aplicação da lei penal, haja vista que ao acusado está sendo imputado o cometido de mais de uma centena de crimes, assim como ter participado de forma decisiva do núcleo da quadrilha desbaratada pelo que denominou-se Operação Sanguessuga, entendo estar configurada a extrema necessidade da medida cautelar da prisão preventiva”, anotou o juiz.

Lino Rossi, segundo as investigações da Polícia Federal, teria recebido da máfia R$ 3 milhões em propina. No Congresso, ele teria sido quem cooptava parlamentares para que apresentassem emendas para liberação de recursos destinados à compra de ambulâncias por prefeituras. A máfia, desmantelada pela PF no ano passado, era comandada pelos empresários Vedoin, pai e filho, que tinham seu quartel-general em Cuiabá.

Números da operação

De acordo com a Procuradoria da República de Mato Grosso, já são 140 denunciados na Operação Sanguessuga — 81 pessoas em junho do ano passado (incluindo os Vedoin) e 59 pessoas no mês de agosto. Agora, o que o MPF está fazendo é oferecer denúncias pontuais. Ou seja, está individualizando a conduta dos acusados que ainda eram investigados pela Polícia.

A Operação Sanguessuga foi deflagrada pela PF em maio de 2006, após investigação do Ministério Público em Mato Grosso. Foi apurado que o esquema tinha ramificações em prefeituras, associação de municípios, empresas de fachada, no Ministério da Saúde e no Congresso Nacional.

Processo: 2007.36.00.010735-2

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