Operação Kaspar

PF prende 19 acusados de lavagem de dinheiro em São Paulo

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17 de abril de 2007, 16h56

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (17/4), em São Paulo, 19 pessoas acusadas de cometer crimes fiscais, financeiros e de lavagem de dinheiro. Entre elas, cinco doleiros. A ação faz parte da Operação Kaspar, que também foi deflagrada no Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas. Todos os detidos foram encaminhados para a Superintendência da PF, em São Paulo. Ao todo foram emitidos 22 mandados de prisão. Três pessoas estão foragidas.

Os policiais também estão cumprindo 52 mandados de busca e apreensão em imóveis comerciais e residenciais localizados, em sua maioria, na região metropolitana de São Paulo, para apreender provas.

Segundo a PF, os agentes prenderam ao menos um advogado suspeito de envolvimento com os doleiros envolvidos no esquema. As investigações, que tiveram início em setembro de 2006, têm como objetivo identificar líderes e integrantes de cinco grupos de doleiros (pessoas que atuam no mercado de moedas estrangeiras sem possuir autorização do Banco Central) que agem sistematicamente no mercado negro de câmbio para promover a evasão de divisas do país.

Várias empresas que faziam negócios regulares com grupos de doleiros foram alvos de mandados de busca e seus representantes legais serão investigados. Foram congeladas, ainda, 19 contas bancárias no Brasil utilizadas pelos doleiros e seus maiores clientes e também solicitado o bloqueio de seis contas bancárias nos Estados Unidos, Portugal e Panamá, pertencentes aos suspeitos.

Nome da operação

Kaspar é o nome do primeiro capitão da guarda suíça responsável pela segurança do Vaticano. Assim, o nome da operação faz referência ao início da investigação que foi o envolvimento de um banco suíço na guarda de valores de origem ilícita de seus clientes no Brasil.

Leia a nota divulgada pela PF

Nota à imprensa

Operação Kaspar

Os cinco (5) grupos de “doleiros” desarticulados nesta data eram independentes uns dos outros, porém, interagiam entre si para potencializar sua capacidade de atuação no câmbio “negro” de moedas no País, exatamente como sucede no mercado interbancário com as instituições financeiras.

Juntos esses grupos criminosos movimentavam, em média, US$ 30.000.000,00 (trinta milhões de dólares norte-americanos) por mês no mercado ilegal de câmbio de moedas.

Foram empregados 240 (duzentos e quarenta) policiais federais para execução da operação policial.

Segue abaixo o resultado parcial das buscas:

Documentos relativos a transferências bancárias, movimentações financeiras, câmbio de moedas e propriedade de bens dos suspeitos.

Microcomputadores portáteis (notebooks) e discos rígidos de microcomputadores.

24 (vinte e quatro) automóveis, na maioria de luxo, das marcas Porshe, Mercedes-Benz, Audi, Toyota e outras.

US$ 700.000,00 (setecentos mil dólares) em espécie, dos quais US$ 550.000,00 em compartimento secreto existente no escritório de um dos doleiros.

R$ 177.000,00 (cento e setenta mil reais) em espécie.

Dezenas de relógios valiosos.

Uma pistola semi-automática.

Um dos suspeitos, alvo da operação em Salvador, Bahia, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma (pistola semi-automática).

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