O papel da imprensa

Jornais querem parte dos lucros dos sites de busca

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2 de setembro de 2006, 16h31

Os jornais brasileiros decidiram esta semana topar uma parada indigesta e que deve ir longe: cobrar dos sites de busca, como o Google, uma parte dos lucros que as empresas faturam disponibilizando todo o conteúdo da rede — dos jornais, inclusive.

O anúncio foi feito no encerramento do 6º Congresso Brasileiro de Jornais, pela voz do presidente reeleito da Associação Nacional de Jornais, Nelson Sirotsky. O dirigente informou também que as empresas associadas à entidade vão empreender um grande programa para incentivar a leitura de jornais nas escolas.

Para Sirotsky, as ferramentas de procura na Internet apropriam-se indevidamente do conteúdo pelo qual as empresas jornalísticas pagam caro para produzir e que, por essa razão, devem compartilhar dos ganhos obtidos com a disponibilização de suas notícias e reportagens.

Na opinião do governador Cláudio Lembo que, assim como presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteve presente ao Congresso, “é natural que os jornais exijam seus direitos autorais, já que são eles quem investem na produção desse conteúdo”.

Sirotsky não falou claramente que pretende reivindicar os direitos judicialmente. Diplomático, avisou apenas que vai empreender diálogo com as instituições nacionais e internacionais com essa finalidade. Na opinião de pelo menos um ministro do Supremo Tribunal Federal, a questão é complexa. “O sites de busca não cobram pelo acesso, apenas compõem um índice remissivo”, afirmou. Outro obstáculo para a fundamentação, especificamente no caso do jornal impresso, seria o fato de os veículos eletrônicos, que existem apenas na Internet, já antecipam boa parte do material noticioso que os jornais publicam no dia seguinte.

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