Grandes Lagos

PF deflagra operação contra frigoríficos acusados de sonegação

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5 de outubro de 2006, 13h31

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (5/10) uma operação contra frigoríficos acusados de sonegação fiscal. Cerca de 700 policiais federais estão mobilizados na operação batizada de Grandes Lagos — referência à região noroeste do estado de São Paulo, onde ficam as sedes dos frigoríficos.

De acordo com a PF, o esquema de sonegação envolve 159 empresas, incluindo suas filiais, e 173 pessoas já identificadas. Algumas empresas teriam sido criadas com o único propósito de emitir notas fiscais frias. Em quatro anos, ainda de acordo com as investigações, uma das empresas emitiu R$ 172 milhões em notas fiscais sem movimentar dinheiro em suas contas bancárias. A empresa também não recolheu os tributos incidentes sobre esta movimentação. A sonegação total atingiria R$ 1 bilhão.

As investigações apontam que nem as empresas, nem os seus sócios possuíam patrimônio em seu nome. Para os policiais, esses eram indícios de que as pessoas que constavam do quadro societário destas empresas eram laranjas, e que as empresas fiscalizadas haviam sido constituídas com a única finalidade de sonegar tributos.

Os policiais pretendem cumprir mais de cem mandados de prisão e 143 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais e Goiás, em dezenas de cidades diferentes. Além da PF, a Receita Federal, a Secretaria da Receita Previdenciária e o Ministério Público Federal participam da operação.

Entre os crimes apontados pela PF, estão: liberação de créditos de ICMS que não são devidos às empresas, emissão e venda de notas fiscais frias, subfaturando da produção. A Polícia Federal também identificou três núcleos de servidores públicos que ajudavam na abertura de empresas de fachada, mudavam o regime de empresas, vendiam acesso a sistemas da Receita Federal a empresas que não cumprem os requisitos para adquiri-lo, e liberavam créditos acumulados de ICMS gerados fraudulentamente.

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