Crescimento de bancas

Grandes bancas ganham força. Pequenas devem se especializar

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8 de novembro de 2006, 18h24

A advocacia está em fase de crescimento e deve se transformar em uma atividade mais bem estruturada. Os grandes escritórios terão mais relevância, como nos Estados Unidos e Inglaterra, que passaram pelo mesmo movimento há cerca de duas décadas. Os pequenos escritórios continuam a ter espaço, mas precisam se especializar. A análise é de Bruno Câmara Soter, sócio do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão.

Ele diz que os grandes escritórios ganham força a partir do aumento da demanda por questões mais complexas como aquisições, fusões, consultas sobre regulamentações antitruste, propriedade intelectual e meio ambiente. De acordo com o advogado, as grandes bancas possuem infra-estrutura capaz de cuidar dessas questões. Soter afirma que, para atender essa demanda, há necessidade de se ter especialistas em diversas áreas, que trabalham de forma coordenada e integrada, às vezes, para a solução de um só conflito. “A advocacia está se tornando multidisciplinar”, afirma.

Mas os pequenos escritórios podem ficar tranqüilos. As butiques sempre vão existir, na estratégia da especialização, principalmente nas áreas criminal e de família. Segundo Soter, os pequenos devem trabalhar com um atendimento mais pessoal e saber que seus clientes têm envolvimento emocional com a causa, o que torna a situação mais complicada de se lidar. “Os grandes escritórios não sabem lidar com esse tipo de atendimento e só teriam a perder se entrassem nesse ramo”, concluiu.

No próximo dia 24, em São Paulo, Soter, ao lado de outros especialistas no mercado de prestação de serviços jurídicos, participa do seminário Os Rumos da Advocacia para 2007, destinado a antecipar as tendências e os cenários do próximo ano. O seminário é promovido pela revista eletrônica Consultor Jurídico. Clique aqui para obter mais informações sobre o evento.

Participam do evento os estrategistas Antônio Corrêa Meyer, sócio-senior do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice, Francisco Maciel Müssnich, também do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão; Rogério Cruz Themudo Lessa, diretor-geral do Demarest & Almeida; e o diretor Jurídico da Unilever, Luís Carlos Galvão.

Contencioso ou consultivo

Soter diz que a economia vai ter vital importância para influenciar o tipo de assessoria jurídica. Segundo ele, se os investimentos no país aumentarem, o que faz parte da agenda positiva dos advogados, haverá mais necessidade de discutir causas do que partir para brigas judiciais.

Ele lembra que, nos casos de conflitos, a arbitragem será a principal forma de resolução. As câmaras de arbitragem receberão muito mais discussões, em detrimento do Judiciário. Para Soter, a médio e longo prazo, a arbitragem será a solução mais rápida para as questões de Direito Privado, que sejam mais complexas e que envolvam contratos mais expressivos economicamente.

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