Violência em SP

São Paulo sofre mais com boatos que com novos ataques

18 de maio de 2006, 11h37

Uma nova onda de boatos no início da noite de quarta-feira (17/5), de que criminosos que atuam dentro e fora dos presídios retomariam os ataques em todo o estado, causou intranqüilidade em São Paulo.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos teve a segurança reforçada pela Aeronáutica e universidades suspenderam aulas. A Viação Consórcio 7 de Ônibus, que atua na Zona Sul de São Paulo, recolheu os veículos para evitar mais perdas. Perueiros teriam se aproveitado do momento e pago um bandido para queimar ônibus na Zona Norte.

Houve muita desinformação. O principal boato dizia que “tinham matado a mãe do Marcola”, o líder do PCC. O boato também assumiu outras formas como “mataram o irmão do Marcola ou assassinaram a cunhada do Marcola”. O boato dizia que, por causa disso, a facção criminosa retomaria os ataques. “A tendência da situação é de estabilidade”, disse o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo, na tentativa de rebater acalmar a população às 18 horas.

Números da violência

Oito ônibus foram incendiados — sete na Grande São Paulo e um no interior do estado. A Polícia prendeu Rodrigo Melo Farias, de 20 anos. Ele ateou fogo em um veículo da empresa Sambaíba, que fazia a linha Parque Edu Chaves-Vila Madalena, na capital. Farias contou que havia recebido R$ 3 mil de perueiros para incendiar três ônibus.

Segundo informações da Polícia, em Osasco, na Grande São Paulo, houve um ataque à sede da 1ª Companhia do 42º Batalhão da PM, mas nenhum policial ficou ferido. Dez homens armados tentaram invadir o batalhão e um deles foi morto.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (17/5) balanço com os números atualizados das agressões supostamente cometidas por membros do Primeiro Comando da Capital.

Até o momento, foram registradas 281 ocorrências, foram presos 122 suspeitos e apreendidas 134 armas. Os confrontos resultaram em 138 mortes, das quais 41 de agentes de segurança pública e 97 civis. Entre os civis mortos, 93 são apontados pela Secretaria de Segurança Pública como suspeitos de participar dos ataques ou de ligações com o PCC.

Balanço parcial das ocorrências da SSP: atualizado às 18 horas desta quarta-feira, dia 17

• OCORRÊNCIAS: 281

– Ônibus: 82

– 54 ataques a casa de policiais

– Bancos e caixas eletrônicos: 17

– Garagem de ônibus: 1

– Estação de Metrô: 1

• MORTOS: 138

– Civis: 97

– Policiais militares: 23

– Policiais civis: 7

– Guardas municipais: 3

– Agentes penitenciários: 8

• PRESOS: 122

• ARMAS APREENDIDAS: 134

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