Informações da CIA

Vice dos EUA pode ter de depor sobre vazamento de informações

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17 de dezembro de 2006, 10h32

Especulações de que o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, poderá prestar testemunho no julgamento sobre vazamento de informações da CIA, a central de inteligência americana, intensificaram-se na noite desta sexta-feira (15/12) quando o procurador especial Patrick Fitzgerald disse que não esperava que “membros do governo Bush resistissem a intimações judiciais para depor”. As informações são do site Findlaw.

O ex-chefe de gabinete de Cheney, I. Lewis “Scooter” Libby, tem sido acusado de mentir a investigadores sobre informações que teria dado a repórteres sobre uma ex-agente operativo da CIA, Valerie Plame. A identidade dela foi vazada a repórteres assim que seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, publicamente criticou os serviços de inteligência da administração Bush no período pré-invasão do Iraque.

A ex-repórter do The New York Times, Judith Miler, e o ex-chefe do Birô de Washington da NBC News, Tim Russert, são tidos como potenciais testemunhas da promotoria. O ex-chefe de gabinete de Cheney, I. Lewis “Scooter” Libby, diz que também dispõe de repórteres que irão depor a seu favor. Libby também quer obter judicialmente uma fita de Bob Woodward, repórter do The Washington Post, em que ele entrevista o ex-secretário de estado Richard Armitage. Na fita, Armitage dá detalhes sobre o vazamento do cargo de espiã de Valerie.

A crônica judicial desse tipo de caso mostra que presidentes dos Estados Unidos em exercício, como Bill Clinton e Gerald Ford, já testemunharam em cortes criminais, mas historiadores da presidência dos EUA referem que não há precedentes na crônica do país de vice-presidentes terem prestado depoimentos criminais. O pai do presidente George W. Bush, o também presidente George H.W. Bush, chegou a ser acionado para depor no escândalo de venda de armas chamado Caso Irã-Contras, nos anos 80, no julgamento do coronel Oliver North. Bush era vice-presidente de Ronald Reagan. Mas quando sua intimação chegou, ele já era presidente do país. E não foi depor.

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