Fogo na imprensa

Entidade cobra providências sobre atentado em jornal de Marília

Autor

9 de setembro de 2005, 14h32

A entidade Repórteres sem Fronteiras divulgou nota em que pede providências às autoridades brasileiras em razão do incêndio criminoso que destruiu grande parte do Diário de Marília e das rádios Diário FM e Dirceu AM na quinta-feira (8/9), em Marília, no interior paulista.

“Trata-se de ato de vandalismo ou de represália contra um jornal que tem fama de ser muito crítico em relação à classe política regional. Em todo caso, esse atentado mostra, uma vez mais, que a imprensa brasileira não goza de total segurança. Apelamos para o Governo do Estado de São Paulo a fim de que esclareça o crime, e para o Governo Federal no sentido de garantir a liberdade de imprensa em todo o território brasileiro”, afirma a entidade.

Na quinta-feira, por volta das três horas da madrugada, três homens encapuzados e armados entraram na sede da Central Marília Notícias — que abriga o jornal e as estações de rádio. De acordo com testemunho de Sérgio Silva de Araújo, vigia do prédio que estava sozinho no local, uma jovem com cerca de 20 anos dirigiu-se a ele com o pretexto de entregar mensagem para um das estações de rádio. O vigia, então, entreabriu a porta, que foi logo forçada pelos três homens.

Ele contou que os bandidos o ameaçaram com armas e exigiram que o vigia os levasse até o cofre. Mas, assim que entraram, espalharam gasolina por toda parte e atearam fogo. O incêndio destruiu 80% do prédio.

José Ursílio de Souza, chefe de redação do Diário de Marília, levantou a hipótese de represália contra o jornal que, segundo ele, “tinha acabado de adotar linha editorial muito crítica com relação aos políticos da região”. O diário continua disponível na internet, no endereço http://www.diariodemarilia.com.br.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!