Ilusões perdidas

Luiz Francisco defende quebra de sigilo de juízes e assessores

Autor

10 de julho de 2005, 10h24

O Congresso deveria quebrar o sigilo de todos os parlamentares, seus assessores e familiares. A proposta é do procurador regional da República em Brasília, Luiz Francisco de Souza, que, em entrevista à Folha de S.Paulo defendeu também que os congressistas “se quiserem fazer uma faxina, deveriam estender isso a todos os membros do Judiciário e do Ministério Público Federal”.

Falando às jornalistas Fátima Fernandes e Cláudia Rolli, Luiz Francisco atacou “a corrupção no governo Lula” e afirmou que a cúpula do PT “foi conivente na CPI do Banestado” e com outros casos clamorosos de suspeita de roubalheira. A liderança petista, segundo ele, “atrapalhou o Ministério Público ao negociar um regulamento que impede os membros de investigar crimes ex-officio, ou seja, quem achar que tem algo de errado, não pode investigar, deve enviar à distribuição o caso”, entre “outras desgraças”.

O procurador ora afirma que o sigilo da empresa do ramo lotérico Gtech foi quebrado pelo Ministério Público, ora pede que esse sigilo seja quebrado pelo Congresso — e mistura loteria com bingo — mas defende a instalação da “velha CPI da Corrupção, abarcando casos dos carlistas, do grupo de Jader Barbalho e de Eduardo Jorge, do ‘mensalão’… Poderiam ser até duas comissões, uma na Câmara e outra mista”. Luiz Francisco disse esperar que “ponham para funcionar a CPI das Privatizações, dos Bingos, da Privatização do Sistema Elétrico e que abram também a CPI da Reeleição e da Dívida Pública”.

O representante do Ministério Público, que foi um importante aliado do PT antes que o partido chegasse ao poder, manifestou grande frustração com o governo que ajudou a eleger. “O governo contrariou a história do PT e traiu a confiança de milhões de brasileiros”, diz ele na entrevista publicada neste domingo (10/7).

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!