ONU recebe relatório sobre chacina de sem-terras em MG
24 de novembro de 2004, 19h43
A disputa pela posse de terras e pela reforma agrária, que já gerou conflitos sangrentos em todo o país, chegou até os ouvidos da Organização das Nações Unidas. Nessa quarta-feira (24/11), a entidade recebeu relatório sobre uma chacina de sem-terras ocorrida no estado de Minas Gerais.
O relatório foi elaborado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelas organizações não governamentais (ONGs) Terra de Direitos e Centro de Justiça Global. O documento foi entregue à relatora especial da ONU sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Asma Jahangir.
O caso relatado pelo MST aconteceu no último dia 20 de novembro, quando cinco trabalhadores sem-terra foram assassinados no acampamento que montaram na Fazenda Nova Alegria, em Felizburgo (MG). Na ocasião, um grupo formado por 10 pistoleiros, matou os cinco sem-terras, feriu outros 14 e ainda ateou fogo nas barracas.
De acordo com o MST, os trabalhadores estavam acampados no local há mais de dois anos.
Na denúncia apresentada à relatora da ONU, o movimento aponta o proprietário da fazenda, o juiz aposentado Adriano Chafik Luedy, como principal suspeito de ser o mandante do crime.
A Justiça já decretou a prisão preventiva do fazendeiro, que está foragido.
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