Delegado da Polícia Federal é preso sob acusação de corrupção

A 2ª Vara da Justiça Federal de São José dos Campos determinou a prisão preventiva do delegado da Polícia Federal, Marcus Vinícius Deneno. O delegado é acusado de corrupção passiva, extorsão, formação de quadrilha e de favorecimento em inquérito policial. A ação envolveu mais de 40 policiais federais.

As acusações contra Deneno foram produzidas pelo serviço de inteligência da PF em Brasília. As investigações teriam apurado que o delegado se beneficiava de seu cargo para praticar os crimes. Além da prisão, foi ordenada operação de busca e apreensão na casa de Deneno em São José dos Campos e em imóveis da família em São Paulo.

Na ação, foram encontrados mais de cinco mil projéteis de calibre restrito (10mm, 762 e 556) no gabinete do delegado Deneno. A propriedade dos calibres ainda não está esclarecida. O fato será investigado como contrabando, peculato ou desvio de munição. Além disso, foram apreendidos R$ 23 mil com o delegado.

Durante a operação desta quarta o delegado Reinaldo Ragazzo Boarim também foi preso, por posse ilegal de armas de calibre restrito. Foram apreendidos, na casa de Boarim, 4 mil dólares e 3,5 mil euros. Além das prisões, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão na casa de mais três agentes federais, empresas e na própria delegacia. Depois de ouvidos, Deneno e Boarim serão encaminhados à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Deneno é o chefe da Policia Federal em São José dos Campos. No passado, teve seu nome envolvido com outras denuncias. Em 1991 foi acusado de se apropriar de um lote de mercadorias apreendidas de um contrabandista em São Paulo. Um ano depois, foi acusado, ao lado de outros dois delegados federais, de se apropriar de US$ 2 milhões apreendidos de um traficante.