Na mira

Justiça decreta prisão de um dos advogados de Beira Mar

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18 de junho de 2002, 17h20

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva do advogado Hélio Rodrigues Macedo, um dos defensores do traficante Fernandinho Beira Mar. Ele é acusado de intermediar negociações entre os presos do presídio de segurança máxima, Bangu I, e criminosos soltos e de outros presídios.

A prisão preventiva foi decretada com base nas gravações de diversas conversas telefônicas mantidas entre Beira Mar e um advogado e de integrantes de seu grupo com outras pessoas. Em uma das conversas, o nome de Macedo foi citado como intermediador das ameaças feitas para uma terceira pessoa que deve dinheiro ao traficante. Todas as gravações telefônicas foram feitas dentro do presídio.

Parte das conversas registradas pela Polícia Federal do Rio de Janeiro, a pedido do Ministério Público, foi divulgada pela rádio CBN, nesta terça-feira (18/6). Em um dos contatos, Beira Mar ameaça a família de uma pessoa que lhe deve dinheiro. O traficante diz para um advogado que matará todos da família dessa pessoa e que somente poupará as crianças.

O presidente da OAB-RJ, Octávio Gomes, disse que os advogados envolvidos com traficantes serão investigados e punidos.

Comunicação geral

As fitas gravadas revelam uma rede de comunicação criada dentro do presídio de segurança máxima do Rio de Janeiro, Bangu I. Em uma das conversas telefônicas, o traficante Marcos Marinho dos Santos, o Chapolin, negocia a compra de um sistema de comunicação e de um míssil com o criminoso Rubinho, supostamente de São Paulo.

Na negociação, Rubinho afirma que os equipamentos de comunicação são usados por organizações terroristas. Rubinho afirma ainda que pode conseguir com facilidade o sistema de ligações telefônicas para que os presos se comuniquem entre si. Depois da divulgação das fitas, a direção do presídio Bangu I foi afastada.

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