Família angustiada

Empresário é vítima do mais longo seqüestro do Brasil

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10 de janeiro de 2002, 11h42

O seqüestro do administrador de empresas Roberto Benito Júnior, 35 anos, completa nesta quinta-feira (10/1) 100 dias, e já é o mais longo na história do país. Desde que foi levado por uma quadrilha no início da noite de 2 de outubro, quando chegava em sua casa, em Salto (SP), apenas dois contatos telefônicos foram feitos. A Polícia Civil de Sorocaba está no caso e divulgou que deve ser dado um prêmio para quem souber o paradeiro da vítima.

Desde que o administrador foi levado, ao ter seu Ômega preto, placas DEL-5948, de São Paulo, interceptado por outro veículo na praça Jules Rimet, a um quilômetro de sua casa, no Jardim Barcela, apenas dois contatos foram mantidos pelos seqüestradores. Além de um telefonema no dia do seqüestro, o primeiro contato efetivo só ocorreu quinze dias depois, e o último duas semanas antes do Natal.

Segundo o que foi apurado junto à polícia, o valor exigido em dólares é exorbitante, praticamente impossível de ser pago.

Negociações interrompidas

Com a falta de notícias desde de dezembro, quando os seqüestradores interromperam as ligações quinze dias antes do Natal, a polícia permanece sem pistas concretas sobre o caso. O delegado seccional de Sorocaba, Everardo Tanganelli, disse que a polícia não está na residência da vítima, mas revelou que mantém uma linha de investigação. Ele pede também a ajuda da comunidade, no sentido de que denunciem pessoas suspeitas de envolvimento no seqüestro, bem como locais que podem estar servindo de cativeiro.

Segundo ele, numa decisão da comunidade de Salto, onde a vítima nasceu, está sendo resolvido o valor de uma recompensa a ser oferecida para quem informar o paradeiro do administrador de empresas. As informações podem ser passadas pelo telefone da Delegacia Seccional (0xx15) 222-2525, e o denunciante não precisa se identificar. Toda informação será mantida em sigilo.

O jornal Cruzeiro do Sul acompanha o caso desde o início dos fatos, e só não publicou antes por respeito à família, que sempre foi contrária à sua divulgação por temer represálias à vítima.

Até esse seqüestro, o mais longo na história do Brasil foi o do compositor Wellington José Camargo, irmão da dupla Zezé di Camargo e Luciano, que em 1999 ficou 94 dias num cativeiro.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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