Falta de elementos

PGR pede arquivamento de inquérito sobre senador Lindbergh Farias

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26 de janeiro de 2017, 11h35

Por falta de elementos para a abertura de ação penal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do inquérito no qual o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é investigado pelo crime de corrupção e lavagem de dinheiro na operação "lava jato". No parecer, a PGR seguiu o mesmo entendimento da Polícia Federal, que, em novembro do ano passado, também pediu o arquivamento.

A investigação contra o senador foi aberta no Supremo em março de 2015, a pedido da própria PGR. Na ocasião, a Procuradoria afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter recebido, em 2010, a visita de Lindbergh pedindo R$ 2 milhões para sua campanha ao Senado.

“Os resultados das diligências realizadas, conquanto não infirmem as mencionadas declarações, não foram capazes de reforçá-las, persistindo até mesmo dúvidas em relação a circunstâncias essenciais dos fatos aqui versados, tais como o local da primeira reunião entre o investigado e o ex-diretor da petrolífera e a suposta pessoa que teria repassado os dois milhões de reais”, disse Janot.

O inquérito era presidido pelo ministro Teori Zavascki, que morreu em um acidente de avião em Paraty (RJ). Com a morte do magistrado, a corte ainda busca uma solução interna para a escolha do novo relator dos processos da "lava jato".

Improbidade administrativa
Recentemente o senador petista foi condenado a pagar multa de R$ 640 mil em ação de improbidade administrativa quando foi prefeito de Nova Iguaçu (RJ).

Segundo a acusação feita pelo Ministério Público, Lindbergh fez um acordo político com o ex-vereador José Agostinho de Souza, entre janeiro de 2005 e abril de 2007: várias pessoas da família de José Agostinho seriam nomeadas para cargos na prefeitura em troca de apoio político na Câmara Municipal.

“Os recursos do município — atualmente em severa crise financeira — por via oblíqua, favoreceram interesses pessoais dos réus Lindbergh Farias e José Agostinho de Souza, que, portanto, respondem pelo prejuízo que causaram ao erário”, diz a sentença do juiz Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, da 7ª Vara Cível de Nova Iguaçu, que também determinou a suspensão de seus direitos políticos por cinco anos.

No dia 6 de dezembro, o juiz já havia condenado Lindbergh em outra ação de improbidade administrativa, por ter permitido o uso promocional de sua imagem em dezembro de 2007 e no primeiro semestre de 2008, quando era prefeito de Nova Iguaçu e se candidatava à reeleição.

Em um terceiro processo de improbidade administrativa, que corre na 4ª Vara Cível de Nova Iguaçu, a juíza Marianna Medina Teixeira decretou o bloqueio dos bens do político, pela dispensa de licitação em convênio feito com a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Quando foi condenado pela segunda vez pelo juiz Gustavo Quintanilha, o senador declarou ser vítima de perseguição. “Me estranha que processos que se arrastavam por quase uma década sejam repentinamente alvo de decisão do mesmo magistrado, ignorando inclusive a decisão do STF de arquivamento de inquéritos com o mesmo objeto. A perseguição é mais do que explícita”, afirmou em nota. Com informações da Agência Brasil.

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