Sentença relâmpago

Lobista nos EUA é condenado a cinco horas de prisão

Autor

22 de outubro de 2011, 7h30

O ex-lobista Trevor Blackann foi condenado nesta semana, nos Estados Unidos, a cinco horas de prisão por lavar dinheiro com sua declaração de Imposto de Renda. Blacknann, que trabalhava como assessor legislativo do senador Kit Bond, do Partido Republicano do estado de Missouri, mascarou, em sua declaração de impostos, milhares de dólares que recebeu como gratificações ilegais dadas por lobistas, de acordo com a sentença.

Blacknann foi condenado por declaração fiscal falsa. Além de ter que passar cinco horas preso, o réu foi condenado a dois anos de prisão em regime de liberdade condicional e a 50 horas de prestação de serviços comunitários. O réu havia se declarado culpado em novembro de 2008.

De acordo com o blog que cobre os bastidores do lobby na capital americana The BLT, Blackann demonstrava estar emocionado e constrangido durante a audiência, diante do juiz, ocorrida na quarta-feira (19/10). “Vossa excelência, estou envergonhado pelo meu comportamento”, disse Blackann ao juiz federal Richard Roberts. O réu ainda teria descrito a si mesmo como “míope e estúpido”, segundo a reportagem do The BLT que acompanhou a audiência.

No período em que serviu ao senador, Trevor Blackann teve despesas como viagens e hospedagens em bons hotéis pagas por lobistas além do que recebeu na forma de dinheiro e presentes.

A razão da pena-relâmpago foi que Blacknann colaborou com a promotoria em outros casos de corrupção de maior escala. Em frente ao juiz, o promotor Edward Sullivan, que atua na divisão de Integridade Pública do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, descreveu a colaboração do réu, em outros processos, como “prodigiosa e indispensável”.

“É razoável dizer que o governo não poderia ter avançado sem a cooperação do Sr. Blacknann. Ele nos ajudou a resolver um terrível quebra-cabeças”, declarou o promotor Edward Sullivan, diante do juiz, na quarta-feira, se referindo a casos envolvendo outros lobistas e políticos.

A defesa do réu ficou a cargo de sócios especializados em ações judiciais de crimes de colarinho branco da banca K&L Gates.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!