Conflito agrário

Começa julgamento dos acusados pela morte de Dorothy Stang

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9 de dezembro de 2005, 12h33

Os dois acusados pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang começaram a ser julgados nesta sexta-feira (9/12) no Tribunal do Júri em Belém do Pará. A freira foi morta com dois tiros nas costas em 12 de fevereiro, em Anapu. O julgamento está previsto para durar 24 horas.

Dorothy Stang tinha 73 anos e estava a caminho de um acampamento de trabalhadores rurais a 50 quilômetros de Anapu quando foi morta. O assassinato da freira aconteceu porque ela defendia interesses contrários aos interesses de fazendeiros locais.

O julgamento começou às 9h30. Os dois acusados pela execução da freira —Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Carlos Batista, conhecido como Eduardo — foram indiciados por homicídio triplamente qualificado e podem pegar até 60 anos de prisão. Os dois já confessaram a participação no crime. Rayfran Sales afirmou que o crime foi encomendado e que não recebeu os R$ 50 mil acordados.

Este é o primeiro julgamento dos 18 casos de assassinato ocorridos neste ano no Pará em decorrência de conflitos agrários. Segundo o acompanhamento da Comissão Pastoral da Terra, há a suspeita da atuação de pistoleiros contratados por fazendeiros, madeireiros ou grileiros.

Os fazendeiros acusados de encomendar o assassinato de Dorothy Stang estão presos em Belém. São eles: Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão, e Vitalmiro Bastos Moura, o Bida. Também está preso o fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, o Tato, que teria prometido o pagamento aos pistoleiros. Os três recorreram e só devem ir a julgamento no ano que vem.

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