Caso Waldomiro Diniz é coisa normal do ser humano, diz Fonteles.
17 de fevereiro de 2004, 17h36
O escândalo da cobrança de propina envolvendo Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência e ex-assessor do ministro José Dirceu, é uma coisa “normal do ser humano”. Afinal, “todos temos um lado escuro”.
Assim o procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, definiu o caso que abalou as estruturas do Palácio do Planalto.
Contudo, o procurador disse que as providências pertinentes ao Ministério Público Federal já foram tomadas com a designação da procuradora Andréa Albuquerque, da Câmara municipal do Rio de Janeiro, para acompanhar as investigações em parceria com a Polícia Federal.
“Todos temos o nosso lado escuro, que eu chamo de dark. Isso existe em partidos políticos, nas agremiações, nas próprias famílias, é parte da vida. E o que nós devemos fazer é combater esse tipo de conduta, quando essas pessoas deixam transparecer esse lado”, afirmou o procurador-geral.
Fontelles explicou que o caso está sendo investigado por uma procuradora do
Rio de Janeiro porque, pela denúncia, a cobrança de propina ocorreu naquele
Estado, e porque Waldomiro Diniz, exonerado na última quinta-feira, não goza
de foro privilegiado por prerrogativa da função.
O procurador-geral falou ainda que esse tipo de denúncia vai persistir enquanto a maior parte da população continuar vendendo seus votos. “Se nós tivéssemos consciência na hora de votar, o dinheiro não teria grande relevância. É que lamentavelmente, neste país, as pessoas trocam seu voto por uma camiseta, por uma entrada de futebol, por um liquidificador”, afirmou.
A independência do Ministério Público Federal em relação ao Executivo foi frisada por Fontelles. “A nossa postura é extremamente independente. Fui o
primeiro procurador a fazer uma recomendação ao presidente. Recomendei que a verba da Saúde fosse preservada, quando cogitaram cortes no setor. Além disso, processamos a ministra Benedita da Silva por conta daquela viagem ao exterior. São fatos concretos que demonstram nosso posicionamento, concluiu o procurador. (Com informações do Jornal do Commercio)
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