Juízes são contra reajuste de 3,5% para servidores públicos federais
21 de agosto de 2001, 17h19
A Associação dos Magistrados Brasileiros divulgou nota para criticar o reajuste de 3,5% para o funcionalismo público federal, anunciado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, nesta terça-feira (21/8). “O reajuste tão insignificante não pode ser considerado seriamente como reposição de salários após sete anos de congelamento”, disse o vice-presidente da AMB, Cláudio Baldino Maciel.
Cerca de 400 mil servidores prometem entrar em greve, a partir de quarta-feira (22/8), por tempo indeterminado. Eles reivindicam aumento de 75,48% referente às perdas salariais de janeiro de 1995 a dezembro de 2000.
Para o presidente Fernando Henrique Cardoso, um reajuste de salário baseado em perdas inflacionárias seria considerado a volta da indexação.
Veja, na íntegra, a nota divulgada pela AMB.
“Com essa decisão de conceder um reajuste de 3,5% aos funcionários públicos a partir de janeiro de 2002, o presidente da República pratica uma perversidade, uma crueldade com os funcionários. Isso, lamentavelmente, retrata uma situação vivida desde o primeiro mandato.
O governo se desfaz do que é público, vende, privatiza, desregulamenta, terceiriza, desnormatiza, tudo no único sentido de favorecer o privado em detrimento do público. O trato cruel ao funcionalismo é coerente com a linha de atuação do governo.
A decisão do Supremo Tribunal Federal não foi cumprida e, sim, a expectativa do Fundo Monetário Internacional. O reajuste tão insignificante não pode ser considerado seriamente como reposição de salários após sete anos de congelamento”.
Cláudio Baldino Maciel
Vice-presidente da AMB
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