Acusação de crimes

Justiça do Haiti proíbe Baby Doc de deixar o país

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21 de janeiro de 2011, 10h55

Marcello Casal Jr/ABr
Jean-Claude 'Baby Doc' Duvalier - Marcello Casal Jr/ABr

A Justiça do Haiti proibiu o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, de deixar o país. Acusado de crimes contra a humanidade, ele ficou 25 anos exilado na França e voltou ao Haiti no domingo (16/1) para o segundo turno das eleições, que foi adiado. Segundo a Agência Brasil, especialistas internacionais acreditam que Baby Doc tem pretensões de voltar ao poder.

Na quarta-feira, o ex-presidente foi interrogado por autoridades do Haiti, que sinalizaram que ele será interpelado judicialmente. Grupos de defesa dos direitos humanos e de apoio a refugiados e repatriados no Haiti lideram um movimento para a abertura de processos contra Baby Doc.

Ele é acusado de promover assassinatos, torturas, perseguições e de manter um sistema de trabalho escravo vinculado a pessoas da República Dominicana. De acordo com a Agência Brasil, Baby Doc ainda não explicou as razões de seu retorno a Porto Príncipe, capital haitiana.

Período violento
Baby Doc governou o Haiti de 1971 a 1986, período considerado um dos mais violentos e só deixou o poder depois de uma reação popular. Ele mantinha uma milícia acusada de promover ações violentas, assassinatos, torturas e outros crimes. Na sua gestão, a economia haitiana sofreu drásticas perdas e a dívida externa aumentou em 40%.

O retorno de Baby Doc elevou a tensão no país, que vive um período de vazio político, pois um comitê internacional constatou fraudes nas eleições. Também há dificuldades devido a epidemia de cólera e a reconstrução da infraestrutura do Haiti – destruída pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.

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