Vacinação falsa

Alexandre ordena prisão de Mauro Cid e buscas na casa de Bolsonaro

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3 de maio de 2023, 8h35

Cumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (3/5), em Brasília, o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, no âmbito de uma investigação sobre falsificação de dados vacinais e inserção dessas informações nos sistemas do Ministério da Saúde.

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Ex-presidente Jair Bolsonaro é suspeito de adulterar registro de vacinação
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O também ex-assessor Max Guilherme, o segurança de Bolsonaro, Sergio Cordeiro, o ex-ajudante de ordens Ailton Moraes Barros e o secretário de Governo da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, são os outros alvos dos mandados de prisão. As informações são da Folha de S. Paulo.

A PF também cumpre mandado de busca e apreensão em um endereço do ex-presidente. As decisões estão sendo cumpridas no âmbito do chamado inquérito das milícias digitais, que corre no Supremo sob relatoria de Alexandre.

De acordo com informações da GloboNews, um depoimento de Bolsonaro à PF foi marcado para esta quarta-feira, mas sua defesa tenta adiá-lo. O telefone celular do ex-presidente foi apreendido, e a senha de acesso foi repassada aos policiais, ainda segundo o canal de notícias. 

Ao todo, a polícia cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de janeiro.

"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19. (…) Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores", diz a PF, conforme publicado pela Folha.

A suspeita é de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, tenham sido forjados. Eles teriam inserido informações falsas no sistema do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para conseguir o certificado de vacinação e viajar aos Estados Unidos.

Cid tem relação muito próxima com Bolsonaro e está no centro de outra apuração da PF, que envolve as joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões recebidas pelo ex-presidente como presente do governo da Arábia Saudita. O presente acabou confiscado pela Receita Federal, mas Cid tentou, por duas vezes, retirá-las no aeroporto internacional de Guarulhos. 

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