Grandes temas, grandes nomes do Direito

TCU tem papel ativo em prol da sociedade, mas julga com cautela, diz Anastasia

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30 de junho de 2023, 17h29

O Tribunal de Contas da União busca ser muito ativo ao cumprir, por meio do controle externo, sua missão de aprimorar a administração pública em benefício da sociedade. Esse trabalho, porém, é feito por um corpo técnico qualificado e que julga com cautela, respeitando as competências do tribunal e o amplo direito de defesa.

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Para Anastasia, TCU possui corpo técnico qualificado e tem a confiança da sociedade

Essa é a visão do ministro do TCU Antônio Anastasia. Indicado em 2021 pelo Senado e atuando desde o último ano como ministro, Anastasia refletiu sobre o dia a dia do órgão — que é responsável por acompanhar a execução orçamentária e financeira do país — em entrevista à série "Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito", na qual a revista eletrônica Consultor Jurídico conversa com algumas das principais personalidades do Direito brasileiro e internacional sobre os assuntos mais relevantes da atualidade.

Na entrevista, o ministro destacou o papel auxiliar que o TCU desempenha em relação ao Poder Judiciário. Nesse aspecto, segundo ele, se a produção de justiça é monopólio do Judiciário, é o TCU que se encarrega da função jurisdicional no sentido administrativo, já que não só apura conflitos relativos aos recursos públicos como também discute a interpretação das normas.

"É um papel de colaboração — claro que a palavra final será sempre do Poder Judiciário. Mas o TCU tem um papel muito ativo para a cautela no uso de recursos públicos e, em especial, no acompanhamento da boa execução das políticas públicas. Nosso grande objetivo é a melhoria na qualidade do serviço público no Brasil."

Por outro lado, diz Anastasia, se é função do TCU fiscalizar se a administração tem sido cuidadosa com os cofres públicos, também é dever do órgão analisar cada caso com a devida cautela. Sobre isso, ele cita os processos ligados à "lava jato" que acabaram submetidos ao TCU.

"Os episódios decorrentes da chamada operação 'lava jato' levaram naturalmente a muitos processos ao Tribunal de Contas. E o tribunal analisa sempre com muito cuidado, muito esmero, cada processo. Para justificar, onde for necessário, apenar a inidoneidade ou, até mesmo, com a inabilitação do agente. Mas sempre, claro, com amplo direito de defesa, analisando a legislação e dentro das competências que o tribunal possui."

Essa postura, prossegue o ministro, faz com que o TCU seja visto de forma positiva pela população.

"O Tribunal de Contas da União — e não é porque eu estou lá neste momento, isso vem de um tempo muito anterior — é um tribunal que goza de muita confiança da sociedade brasileira. Primeiro, por ter um corpo técnico de altíssima qualificação. E, segundo, porque o seu corpo de ministros é formado por pessoas experimentadas e vocacionadas para esses temas. E nós acompanhamos com muita cautela, portanto, esses processos que são de grande interesse nacional, como eu disse há pouco, da execução das políticas públicas, da desestatização, das licitações."

Clique aqui para assistir à entrevista ou veja abaixo:

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