Opinião

Recordando Gláucio Veiga em seu centenário

Autores

  • André Melo Gomes Pereira

    é doutor em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e juiz de Direito do Rio Grande Norte.

  • Marcelo Casseb Continentino

    é doutor em Direito pela UnB/Università degli Studi di Firenze professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Ufersa procurador do estado de Pernambuco advogado e sócio efetivo do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).

28 de julho de 2023, 20h45

"Para Gláucio Veiga, crítico e irmão intelectual de Gilberto Freyre" (dedicatória em BURKE, Perter; PALLARES BURKE, Maria Lucia G. Repensando os trópicos: um retrato intelectual de Gilberto Freyre. São Paulo: Editora UNESP, 2009).

"Muitos de minha geração (e dos segmentos de gerações onde me incluo) receberam dele, às vezes misturados à ironia e à irreverência, esse estímulo e essas sugestões que nos ajudaram a enfrentar a vida. (…) Aprendi com Gláucio que cultura é exigência, e só a exigência crescente mantém vivos os valores culturais" (SALDANHA, Nelson. Recordando Gláucio Veiga. Junho de 2010).

"Gláucio Veiga: não é justo que marxismo e agora orteguismos sejam atuais obstáculos à nossa aproximação. Vai este com um abraço do companheiro de estudos e seu admirador – Gilberto Freyre"(dedicatória em Insurgências e Ressurgências Atuais)

Neste ano, em 28 de julho de 2023, completa-se o centenário de nascimento do professor, pesquisador, autor e advogado Gláucio Veiga.

Gláucio Veiga foi tudo menos um pensador monotemático, tendo enveredado por diversos campos do saber, desde o Direito até a História, Política, Filosofia, Sociologia, Economia e Antropologia; era um intelectual com formação humanística ampla e profunda.

Não escreveu uma autobiografia, mas, em notas introdutórias a alguns textos, ele deixou pistas, que permitem entrever suas influências. Em Mais Explicação que Introdução, Veiga relata haver conhecido muito cedo os estudos de Tristão de Ataíde, de Proust, Max Scheler e termina com uma frase que identificamos como uma tensão importante em sua análise da história da Faculdade de Direito do Recife: "pude avaliar o movimento modernista e recebi a primeira ducha de água fria sobre meu fervente fanatismo por Tobias Barreto" [1].

Desde os 13 anos, Gláucio Veiga lia em alemão e iniciara sob pseudônimo seus artigos em jornais no matutino A Imprensa, em João Pessoa. Gláucio ainda colaboraria em A União, também em João Pessoa, e no Jornal do Commercio do Recife. Depois dos seis anos de périplo pelo país, em razão da permanência no Exército, Gláucio Veiga foi colaborador nos suplementos culturais do Diário de Pernambuco. Ele mesmo fez referência à presença no Liceu Paraibano de Cleanto de Paiva Leite [2], já com leituras marxistas, além de Celso Furtado [3] e do filho de Pimentel Gomes [4].

Nesses suplementos culturais, Gláucio Veiga assume uma posição de crítica a Gilberto Freyre, reconhecendo que todos em Pernambuco, de certa forma, deviam a Gilberto Freyre, mas ele, Veiga, despontaria dizendo "jamais subi a escadaria dos Apipucos", em clara referência à residência de Gilberto Freyre.

Freyre, no trecho citado no início deste texto, pontuou bem duas influências sobre Gláucio Veiga: Marx, e seu principais continuadores [5], e Ortega Y Gasset [6]. Veiga se dedicou por mais de dez anos, com acompanhamento em diário, à leitura marxista. Preservou o tom crítico, até certo ponto irônico, e dialético em boa parte de seus escritos. As sínteses e antíteses eram presentes em vários textos, além de aproximações tão inusitadas quanto polêmicas, como quando viu identidades entre Frei Caneca e Dom Vital ou quando claramente criticou D. Pedro I e o Poder Moderador em referência implícita ou, até mesmo explícita, ao período de exceção democrática e ao governo militar, em 1975 [7].

Gláucio Veiga foi um autor produtivo e polissêmico. Escreveu sobre temas históricos, filosóficos, políticos, sociológicos, jurídicos, elaborou, coordenou e publicou pesquisas pioneiras de sociologia eleitoral em Pernambuco, direito tributário, direito econômico, ciência política, economia política, teoria do estado e processo penal [8]. Em todos, o tom crítico e, pelo menos, intuições originais.

Ao contrário do que possa parecer, a sua erudição [9] e seu caráter polêmico não o afastaram do contato permanente com os mais jovens. Nelson Saldanha relembra que "ele jamais temeu ajudar os mais novos, nem trocar ideias" [10]. Testemunhamos esse perfil no final dos anos 1990, oportunidade em que um grupo de estudantes recebeu apoio de Gláucio Veiga nas ações de recuperação de uma Sala Museu e reorganização do periódico estudantil Estudantes-Caderno Acadêmico [11].

Gláucio Veiga tinha a compreensão de que era imprescindível para formação do professor o teste por meio de defesas de teses e de concursos públicos de provas e títulos [12].

Nessa linha, Veiga redigiu e defendeu várias teses e obteve sucessivos títulos. Tivemos acesso a diversas delas. Em 1952, ele obteve o título de doutor e livre-docente em teoria do estado pela Faculdade de Direito da Universidade do Recife com a tese "Estado, teologia política e existencialismo" [13]. Claramente Gláucio Veiga seguia a linha de uma teoria politizada do Estado, além de historicista, em oposição a uma formalista e puramente jurídica. Em 1954, participando de concurso para catedrático na Faculdade de Direito da USP, obtém o título de livre-docente em Economia Política com a tese "Revolução Keyneseana e Marxismo" [14]. Em 1955, desta vez de processo penal e na Faculdade de Direito do Recife, obtém o título de livre-docente em processo penal com a tese "Narcoanálise e processo penal" [15]. Nessa tese, entre as várias questões sobre os meios de obtenção da verdade, há páginas provocativas sobre verdade e processo, com muito referencial estrangeiro, inclusive alemão e soviético.

Gláucio Veiga, já doutor e detentor de três títulos de livre-docência, realizou mais dois concursos: o de Catedrático de Ciência Política da Universidade do Recife, hoje UFPE, devendo-se frisar que ele já detinha a condição de catedrático interino dessa cadeira, e de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife. Para Ciência Política, preparou a tese "Da racionalidade da conduta religiosa como conduta política (uma interpretação do puritanismo)" [16]; para Economia Política apresentou a tese "Integração Econômica: Problemática histórica e atual" [17]. Palhares e Saldanha citam uma quarta livre-docência em Sociologia Educacional pelo Instituto de Educação de Pernambuco, além de técnico em administração pública e privada e organização pelo Dasp, também com defesa de tese [18].

Muitos desses livros tiveram forte repercussão local e mesmo nacional [19], pois Veiga, conhecido nacionalmente pelas publicações em periódicos e por ligações e contatos intelectuais variados que iam de Orlando de Carvalho em Minas Gerais a Miguel Reale em São Paulo, enviava exemplares para bibliotecas e amigos. Contudo, essa difusão foi muito aquém da que alcançaram as obras de Nelson Saldanha, Vamireh Chacon ou Clóvis Beviláqua, publicadas por editoras com melhor distribuição nacional, o que ainda hoje nos põe a missão de compreender e preservar a memória do professor Gláucio Veiga, de sua obra e de seu legado cultural.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como Catedrático de Ciência Política, Gláucio Veiga dirigiu o Instituto de Ciências Políticas e Sociais em que elaborou pioneiro estudo de sociologia eleitoral sobre alguns pleitos eleitorais realizados em Pernambuco. Na Revista Brasileira de Estudos Políticos, dirigida por Orlando Carvalho, na forma que hoje seria chamada de "dossiê" das eleições de 1958, Veiga e seu grupo de pesquisa publicaram texto intitulado "Geografia Eleitoral de Pernambuco" [20], no qual, a exemplo de sua tese "Integração Econômica", há mapa bastante sugestivo, comparando, em mais de uma eleição, o comportamento dos eleitores no litoral, agreste e sertão de Pernambuco. Igualmente, gráficos e percentuais aos quais os autores aliaram análise qualitativas que em Pernambuco eram pioneiras e, no Brasil, estavam entre as pioneiras, juntamente com as do próprio Orlando Carvalho.

 

O Instituto de Ciências Políticas e Sociais foi desvinculado da UFPE por decisão unânime do Conselho Universitário, dada a pressão dos militares em 1973 e logo depois extinto [21]. Gláucio faria referência ao longo da vida a algumas detenções, além de invasão de sua biblioteca com a destruição de obras e jornais comunistas raríssimos pelo regime de exceção pós-1964, apesar de ele haver de há muito se afastado do partido comunista e socialista.

Veiga também era titular de Política Fiscal do Centro de Sociais Aplicadas da UFPE, havendo posteriormente sido removido, a pedido, para a Faculdade de Direito do Recife, passando a lecionar Direito econômico, mantendo a cátedra de Ciência Política. Digno de observação é que, no início dos anos 1950, Veiga foi assistente da cátedra de Sociologia da Faculdade de Filosofia da então Universidade do Recife, depois UFPE, cujo catedrático era Pinto Ferreira. Na oportunidade, os dois criaram a Revista Pernambucana de Filosofia e Revista Pernambucana de Sociologia, sendo codiretor com lançamento dos primeiros números em 1953 [22].

Gláucio Veiga nos declarou oralmente, após o término de uma de suas aulas de Direito Econômico na pós-graduação em direito da UFPE no já longínquo ano de 2002, que fora convidado também por Soriano Neto para a função de assistente na cátedra de Direito Civil. Interessante é registrar as profundas diferenças ideológicas entre eles, apesar do germanismo que os unia. O mesmo se poderia dizer quanto às divergências em relação a Palhares Moreira Reis, escolhido como seu assistente, Nilo Pereira e a uma grande amizade com Miguel Reale, sem que isso tivesse impedido reais diálogos, influências e proximidades. Em relação a Miguel Reale, além de serem confrades no Instituto Brasileiro de Filosofia, Gláucio Veiga reconhece que Reale moderou seu Marxismo e o influenciou ao sugerir que deveria escrever sobre a história da Faculdade de Direito do Recife (FDR).

Veiga também exerceu durante mais de cinquenta anos a advocacia, sendo por décadas assessor da Associação Comercial de Pernambuco [23]. Também fora membro do conselho de administração das Casas Pernambucanas, que na época era um conglomerado nacional, e inaugurara um escritório empresarial que tinha a proposta então pioneira em Pernambuco de cuidar de todas as relações jurídicas das empresas, do ponto de vista trabalhista, tributário, civil, comercial. Esse escritório foi mantido durante toda a vida.

Foi, ainda, sócio do Instituo Brasileiro de Filosofia, membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano [24], da Academia Paraibana de Letras, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, além de haver recebido o título de cidadão pernambucano, prêmio da Academia Pernambucana de Letras para o trabalho até hoje não publicado "Do conceito de realidade em Marcel Proust", da Prefeitura do Recife para "Joaquim Nabuco Antecipações" e do governo da Paraíba na gestão de José Américo de Almeida "Notas para a formação do capitalismo religioso na Capitania da Paraíba", também inéditos.

Em meio a essa temática vária e as suas múltiplas atividades de advogado, Gláucio Veiga afirmava se isolar em sua casa, no município de Gravatá, na Serra das Russas, para escrever a obra "História das Ideias da Faculdade de Direito do Recife". Em 1980, Gláucio Veiga lançou o primeiro volume da sua "História das Ideias da Faculdade de Direito do Recife". Lançaria mais sete outros, resultados de intensas pesquisas e portadores de notável erudição.

Gláucio Veiga, como se vê, dada a amplitude e a dimensão de sua obra jurídica e de sua atuação profissional como advogado, escritor, pesquisador e professor, foi um personagem central que marcou profundamente o cenário jurídico, político e cultural não só do estado de Pernambuco mas também do Brasil.

O breve relato acima indica não só a atualidade do pensamento do professor Gláucio Veiga e suas influências nas gerações seguintes, como também a oportunidade que se apresenta a várias instituições, notadamente a UFPE, de reedições críticas de sua obra. Ele próprio ficaria feliz com críticas sérias e firmes, tornando possível às novas gerações compreender, em seu contexto, a complexidade dos conhecimentos que articulou e os temas desbravadores que enfrentou. Portanto, em se divulgando as obras de Gláucio Veiga, estamos a promover um perfil de professor e jurista humanista que tanto marcou o pensamento jurídico nacional em décadas preciosas do século passado e do atual.

 


[1] VEIGA, Gláucio. Teoria do poder constituinte em Frei Caneca. Recife: Editora da UFPE, 1975, p. V.

[2] Cleanto de Paiva Leite exerceria importantes funções, principalmente no governo Vargas de 1951-1954. Representou o Brasil na UNICEF, foi diretor do BNDE e delegado brasileiro na conferência internacional, em que se redigiu o estatuto do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) entre outras funções. Cf. FGV. CPDOC. Cleanto de Paiva Leite. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/cleanto_de_paiva_leite>. Acesso em: 24 ago. 2018.

[3] Celso Furtado se formaria na Faculdade Nacional de Direito no Rio de Janeiro e se dedicaria à economia.

[4] Pimentel Gomes foi professor e diretor da Escola de Agronomia do Nordeste em Areia/PB, fundada em 1936 e destacado agrônomo.

[5] Gláucio Veiga considerava a sua marxística a segunda ou terceira do Brasil até antes de o governo militar autoritário haver invadido e vilipendiado a sua biblioteca, com outras perdas como a primeira edição americana das peças e poemas de Shakespeare (1795), primeira edição das origens das espécies de Darwin, a primeira edição de Heisenberg “Die Physikalischen Principien der Quantentheorie”, de 1930, Flavo Josephus em latim e várias outras. Cf. VEIGA, Gláucio. História das Ideias da Faculdade de Direito do Recife. v. VII. Recife: Artegraf, 1993, p. 7.

[6] Quando fomos alunos de Veiga no Mestrado da UFPE em 2002, ele de pronto orientou a leitura de Ortega Y Gasset, além de vários outros autores.


 

[7] Cf. VEIGA, Gláucio. Integração econômica: problemática histórica e atual. Recife: Mousinho Artefatos, 1961; VEIGA, Gláucio. Tempos e destempos. Revista Brasileira de Filosofia. Nº 30. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia, 1979; VEIGA, Gláucio. Introdução às dialéticas. Revista Brasileira de Filosofia. v. 5, fascículo II. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia, 1955.

 

[8] Só a título de exemplificação, cita-se no campo histórico, além da obra em oito volumes sobre a história das ideias da Faculdade de Direito do Recife, VEIGA, Gláucio. Aprígio Guimarães. CLIO – Revista de Pesquisa Histórica, n. 02, Recife: Editora da UFPE, 1978. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/issue/view/32/showToc>. Acesso em: 15 set. 2017; VEIGA, Gláucio. O Cônsul Joseph Ray, Os Estados Unidos e a Revolução de 1817. Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, v. 52, 1979; VEIGA, Gláucio. O Gabinete Olinda e a política pernambucana; O desembarque de Sirinhaém: estudos. Recife: Ed. Universitária UFPE, 1977; VEIGA, Gláucio. O iluminismo e o Bispo Azeredo Coutinho. Estudos Universitários, 6. Recife: UFPE, 1966; VEIGA, Gláucio. A contribuição de Miguel Reale para a História das Ideias no Brasil: o Racionalismo Harmônico (krause), a presença de Kant no Brasil e o culturalismo de Tobias Barreto. Direito, política, filosofia, poesia: Estudos em homenagem a Miguel Reale no seu octagésimo aniversário. LAFER, Celso; FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Org. São Paulo: Saraiva, 1992. Sobre temas filosóficos, afora os citados em nota anterior: VEIGA, Gláucio. Notas sobre Heidgger. Recife: Imprensa Oficial, 1954, Caderno de Filosofia; VEIGA, Gláucio. Os supostos filosóficos do desenvolvimento econômico brasileiro. Revista Brasileira de Filosofia. v.13. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia, 1963; sobre temas de direito econômico: VEIGA, Gláucio. A comunidade Econômica Europeia. Boletim do Instituto de Ciências Políticas e Sociais. Ano I, nº 3, maio. Recife: 1960; VEIGA, Gláucio. Abuso do poder econômico. Revista da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Recife, nº 1. Recife: Universidade do Recife, 1962; VEIGA, Glaúcio. Direito Econômico. Conceito de Know How. Anuário do Mestrado em Direito, nº 7. Faculdade de Direito do Recife. Recife: UFPE, 1976; VEIGA, Gláucio. Introdução à política fiscal. Recife: Editora da UFPE, 1970; VEIGA, Gláucio. Conceito de Direito Econômico. Evolução histórica. Relações entre advogados e economistas. Recife: Editora da UFPE, 1972.sobre ciência política: VEIGA, Gláucio. O conceito de político em Schmitt. Estudos Políticos e Sociais, v. 1, nº 1. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1968; VEIGA, Gláucio et al. Uma pesquisa de sociologia eleitoral: as eleições de 3 de outubro de 1954 no Município do Recife. Revista Pernambucana de Sociologia, nº2. Recife, 1955; VEIGA, Gláucio et al. Geografia eleitoral de Pernambuco. Revisa Brasileira de Estudos Políticos, nº 8. Belo Horizonte, 1960. Sobre direito, afora o econômico: VEIGA, Gláucio. Teoria do poder constituinte em Frei Caneca. Recife: Editora da UFPE, 1975; VEIGA, Gláucio. A desapropriação no nosso direito positivo e as contribuições de Soriano Neto para sua interpretação. Estudos jurídicos em honra de Soriano Neto. Recife: Faculdade de Direito da Universidade do Recife, 1962.

[9] Com certeza não gostaria de ser chamado de erudito em razão do conceito mais restrito e até pejorativo que ele devotava a esse termo.

[10] SALDANHA, Nelson Nogueira. Discurso recebendo o título de Professor Emérito da Universidade Federal de Pernambuco. Academia Pernambucana de Letras: Coleção Debate IV. Org. QUINTAS, Fátima. Recife: Bagaço, 2015, p. 147-148.

[11] Gláucio Veiga nos declarou várias que se fosse para discutir a História da FDR, bastava dizer o lugar e a hora. Ele próprio havia publicado na "Estudantes" quando o aluno um artigo em 1946, denominado "A sociologia do saber em Max Scheler".

[12] REIS, Palhares Moreira. Gláucio Veiga (Notas para uma bibliografia). In: REIS, Palhares Moreira; SALDANHA, Nelson Nogueira (Coord). Estudos jurídicos, políticos e sociais em homenagem a Gláucio Veiga. Curitiba: Juruá, 2000, p. 18.

[13] VEIGA, Gláucio. Estado, teologia política e existencialismo. Recife: Imprensa Industrial, 1952.

[14] Em perspectiva dialética e, em alguns aspectos inaugural no país, Gláucio Veiga, ao analisar o conceito de revolução em Marx e em Keynes, termina por concluir que, embora muitos vejam semelhanças entre os dois estudiosos do capitalismo, eles não se conciliam, pois enquanto Marx do ponto de vista teórico provoca uma revolução, Keynes, desprovido de formação filosófica, propôs uma mera revisão do sistema capitalista em crise. Cf. VEIGA, Gláucio. Revolução keyneseana e marxismo. Recife, edição do autor, 1954, p. 48.

[15] VEIGA, Gláucio. Narcoanálise e processo penal. Recife: Imprensa Industrial, 1955.

[16] VEIGA, Gláucio. Da racionalidade da conduta religiosa como conduta política (Uma interpretação do puritanismo). Recife: Mousinho, 1959.

[17] VEIGA, Gláucio. Integração econômica: problemática histórica e atual. Recife: Mousinho Artefatos, 1961.

[18] REIS, Palhares Moreira; SALDANHA, Nelson Nogueira (Coord). Estudos jurídicos, políticos e sociais em homenagem a Gláucio Veiga. Curitiba: Juruá, 2000, p. 249.

[19] Os trabalhos sobre o último desembarque de africanos reduzidos ilegalmente à escravidão, sobre o poder constituinte em Frei Caneca e alguns fatos da revolução republicana de 1817 são referências no meio historiográfico até hoje. Cf. VEIGA, Gláucio. O Cônsul Joseph Ray, Os Estados Unidos e a Revolução de 1817. Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, v. 52, 1979; VEIGA, Gláucio. O Gabinete Olinda e a política pernambucana; O desembarque de Sirinhaém: estudos. Recife: Ed. Universitária UFPE, 1977; VEIGA, Gláucio. Teoria do poder constituinte em Frei Caneca. Recife: Editora da UFPE, 1975.

[20] VEIGA, Gláucio et al. Geografia eleitoral de Pernambuco. Revista Brasileira de Estudos Políticos. Nº 08, abril. Belo Horizonte: Universidade de Minas Gerais/Itatiaia, 1960, p. 50-85.

[21] REIS, Palhares Moreira. Gláucio Veiga (Notas para uma bibliografia). In: REIS, Palhares Moreira; SALDANHA, Nelson Nogueira (Coord). Estudos jurídicos, políticos e sociais em homenagem a Gláucio Veiga. Curitiba: Juruá, 2000, p. 19.

[22] REIS, Palhares Moreira. Gláucio Veiga (Notas para uma bibliografia). In REIS, Palhares Moreira; SALDANHA, Nelson Nogueira (Coord). Estudos jurídicos, políticos e sociais em homenagem a Gláucio Veiga. Curitiba: Juruá, 2000, p. 16.

[23] Nessa função, conseguiu alterar denominação de classes conservadoras para produtoras, além de uma campanha vigorosa contra o novo Código Tributário do Governo do General Cordeiro de Farias, organizando um dia de lock-out em que do menor fiteiro ao grande magazine fecharam as portas e fazendo intensa. Ibid., p. 18.

[24] Foi-nos relatado por membro do IAHGP, secretário geral perpétuo Reinaldo Carneiro leão, que Gláucio Veiga deixou de comparecer às reuniões depois de tentar eleger, sem sucesso, Olímpio Costa Júnior presidente, visando a interromper a longa permanência do historiador José Antônio Gonsalves de Mello na presidência.

Autores

  • é juiz de Direito do Rio Grande Norte e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

  • é doutor em Direito pela Universidade de Brasília (UnB)/Università degli Studi di Firenze, professor adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE) e do programa de pós-graduação em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), procurador do Estado de Pernambuco e sócio efetivo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!