Defesa da democracia

Em ato, reitor da USP diz que não haverá anistia a bolsonaristas

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9 de janeiro de 2023, 15h48

As arcadas da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na capital paulista, foram mais uma vez o amplificador da voz de lideranças da área jurídica e da sociedade civil organizada brasileira durante ato em defesa da democracia. O salão nobre da instituição, no Largo de São Francisco, esteve lotado, no início da tarde desta segunda-feira (9/1), com pelo menos 1,2 mil pessoas.

Eduardo Reina/ConJur
Ato contra terrorismo bolsonarista lotou Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP nesta segunda (9/1)
Eduardo Reina/ConJur

Todos os discursos apontaram para a defesa da democracia no país, depois da tentativa de golpe de Estado promovida em Brasília neste domingo (8/1). Todos foram objetivos e críticos em dizer que é necessário responsabilizar os envolvidos, os bolsonaristas que saquearam e depredaram bens públicos, mas principalmente aqueles que financiaram o ato de terror e os administradores públicos que agiram com negligência para evitar tais ações.

“A resposta da sociedade tem de ser contundente. Responsabilidades precisam ser apuradas, e os culpados, punidos”, pediu o jurista José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e atual presidente da Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos

“Ontem foi um dia marcado pela criminalidade. Crimes de desrespeito à ordem institucional e à cidadania no Brasil. Estamos aqui para exigir, sem meias palavras, que os responsáveis pelos crimes de barbárie que destroçaram a nossa imagem, instalações físicas do poder da nossa República, sejam todos eles, seus financiadores e seus agentes, diretos ou indiretos, investigados, julgados e punidos na forma da lei”, disse Carlos Gilberto Carlotti Jr., reitor da USP.

A presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, chamou a atenção para que as ações terroristas ocorridas em Brasília não fazem parte da democracia.

“Primeiro, é importante que toda a comunidade jurídica fale em uníssono 'é golpe e é crime; não é liberdade'. Durante muito tempo, eu acho que talvez um tempo longo demais, alguns ficaram com medo de usar essa palavra, achando que ela era forte, mas eu acho que o que nós vimos ontem dá razão aos que sempre temeram que nós passássemos por uma tentativa de golpe, foi o que aconteceu e nós resistimos… Medidas firmes precisam ser tomadas. Dar nomes aos bois”, afirmou Patrícia.

O Ministério Público de São Paulo, disse o procurador-geral de Justiça paulista, Mário Sarrubo, tem o compromisso com “a punição dessa organização criminosa e com a mais absoluta defesa da ordem democrática e da nossa democracia… A imensa maioria do povo brasileiro, a imensa maioria dos cidadãos desse país não concordam com o que aconteceu em Brasília ontem e o que vem acontecendo nos últimos anos no nosso país”.

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