sucessão conturbada

Filho de Joseph Safra processa família em disputa por controle de holding

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7 de fevereiro de 2023, 21h59

O banqueiro Alberto Safra — segundo filho do bilionário Joseph Safra, morto em 2020 — moveu nesta segunda-feira (6/2) uma ação em que acusa sua família de diminuir propositalmente, por meio de uma série de transações, sua participação na holding que controla o Safra National Bank, com sede em Nova York.

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Família também controla o Banco
Safra, que tem sede em São PauloWikimedia Commons

O processo é contra sua mãe, Vicky, e dois de seus irmãos, Jacob e David. Segundo Alberto, eles praticaram atos de improbidade corporativa para prejudicá-lo na empresa. As informações são do Valor Econômico.

Conforme a petição inicial, em 2019 o lucro da holding teria sido inflado artificialmente em US$ 870 milhões. O resultado teria sido distribuído a Jacob e David. No ano seguinte, a controladora passou a sofrer com perdas, apesar de o banco americano continuar com as operações no azul.

Segundo o autor, as transações não tinham lógica comercial e não representavam benefício para o banco. A única intenção seria aumentar as participações de seus irmãos sem qualquer investimento adicional. Jacob e David teriam ficado com o controle de 33% da empresa, enquanto a participação de Alberto caiu de 28% para 15%.

O segundo filho de Joseph pede que as transações sejam anuladas e seus direitos como acionista relevante sejam restituídos. Assim, ele voltaria a poder indicar membros para o conselho de administração e acessar documentos e outras informações sobre o grupo econômico.

Em sua defesa, a família Safra relata que Alberto deixou o grupo em 2019, logo após receber a antecipação de sua herança, iniciou um negócio concorrente — a gestora ASA Investments — e contratou vários executivos da empresa do pai. Com isso, Joseph o deserdou. Para os réus, Alberto está tentando transformar o episódio em uma conspiração para prejudicá-lo.

No ano passado, Alberto já havia ajuizado outra ação, para ter acesso aos prontuários médicos do pai. Ele alegava que o último testamento de Joseph, que estabeleceu a sucessão, retirou dele direitos acertados em um planejamento anterior.

A família se manifestou em nota:

"Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.

Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.

Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações."

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