Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres
25 de novembro de 2022, 17h17
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, entre março de 2020, mês que marca o início da pandemia de Covid-19 no país, e dezembro de 2021, 2.451 mulheres foram vítimas de feminicídios. Em 2021, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas.
Alertar a sociedade sobre os casos de violência e maus tratos contra as mulheres. É com esse objetivo que o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres é lembrado anualmente no dia 25 de novembro. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), destaca a importância do combate a esse tipo de violência que segue fazendo diversas vítimas no Brasil.
Todos os dias, um número significativo de mulheres, jovens e meninas são submetidas a alguma forma de violência no Brasil. Sob diversas formas e intensidades, a violência contra as mulheres é recorrente e se atravessa nos espaços públicos e privados, encontrando nos assassinatos a sua expressão mais grave. É preciso dizer que o feminicídio é a etapa final de atos contínuos de violência, tais como assédio, exploração sexual, estupro, tortura, violência moral, violência psicológica, agressões físicas por parceiros ou familiares, perseguição etc.
O racismo é outro fator preponderante para colocar a vida das mulheres em risco no Brasil. Os dados demostram que recaem sobre as mulheres negras o impacto mais cruel das desigualdades estruturais existentes no Brasil. As pesquisas mostram que o número anual de mortes violentas de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, e, no mesmo período, a quantidade anual de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%.
A Lei Maria da Penha é um avanço pela importância de existir uma lei específica para as pessoas passarem a enxergar a violência como uma ação violadora dos direitos humanos das mulheres. Além da punição em si, ajuda a fazer as pessoas compreenderem, se prevenirem e não passar por situações semelhantes, ou ainda ter coragem para pedir ajuda. E, quanto melhor esclarecidas ficarem essas modalidades para a sociedade, mais eficaz será a atuação do Poder Público na proteção aos direitos da mulher vítima.
Infelizmente, existe uma violência muito recorrente nos lares mas que muitas vezes é invisível que é a agressão psicológica, porque numa sociedade machista o abuso emocional é quase sempre naturalizado, o que faz dificultar a percepção da vítima.
Mas é preciso lembrar que a violência psicológica pode ser tão dolorosa quanto a sexual ou física, sendo ela o ponta pé inicial para outros tipos de violência. Por isso a importância das mulheres vítimas compreenderem todo os tipos e os ciclos de violência para que possam romper, cada vez mais cedo, com essa barreira, e assim alcançarmos redução no número de mulheres agredidas ou mortas.
O combate à violência contra as mulheres envolve diferentes estratégias, sendo as principais: a denúncia, a punição dos agressores e a existência de medidas de acolhimento das vítimas, tanto no nível físico quanto no âmbito psicológico. Se você está passando por situações de violência*seja de qualquer tipo, como física, sexual, moral, patrimonial, psicológica ou conhece alguém que esteja, denuncie. Combater a violência doméstica e familiar contra a mulher é um dever de todos.
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