ConJur, 25 anos

"Você viu o que saiu na ConJur?": jubileu de prata em referência jurídica

Autor

  • Roberto Lemos dos Santos Filho

    é juiz federal auxiliar da Corregedoria do TRF da 3ª Região titular da 5ª Vara Federal Criminal de Santos (SP) mestre e doutorando pela Universidade Católica de Santos pós-graduado em antropologia USC (Universidade do Sagrado Coração) de Bauru (SP).

21 de julho de 2022, 10h07

Surpreendido com a notícia do aniversário de 25  anos da revista eletrônica Consultor Jurídico, um tanto impressionado com a rapidez do passar do tempo, de forma instantânea procedi um retrospecto da minha vida profissional, e de pronto veio a constatação acerca da evolução do acesso a informações em razão do implemento da rede mundial de computadores, e de como e quanto desde então a ConJur contribui para os operadores do direito e à ciência do direito como um todo.

Spacca
Spacca

No ano de 1997, quando fundada a  Consultor Jurídico, atuava como juiz de direito no interior de Mato Grosso do Sul, no município e comarca de Bataguassu, a 312 km de Campo Grande e a 672 km de São Paulo. Internet era a novidade, funcionava de forma "discada". Sempre difícil, custosa e pouco efetiva a conexão. Notícias chegavam pela televisão e jornais, revistas semanais costumavam somente ser distribuídas na metade da semana. Atualização sobre a jurisprudência, somente por pesquisas em diários oficiais ou informativos dos Tribunais encaminhados via malotes.

Aceso às novidades da doutrina apenas por encomenda a livrarias de São Paulo, via Correios, ou através de um livreiro de origem lusitana que atuava em Campo Grande e cobrava muito acima dos preços praticados pelas livrarias da capital paulista por livros jurídicos, da doutrina tradicional ou estudos de recentes, e por repositórios de jurisprudência. Recordo-me das edições de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça de capa verde que eram enviadas em pesadas caixas que demoravam semanas para chegar ao interior sulmatogrossense.

Dois anos após, em 1999, ingressei na Justiça Federal, fui morar em São Paulo, capital. O avanço da internet já era considerável. Passei a conviver com colegas paulistanos já mais adaptados à nova realidade advinda com o aprimoramento da internet e me chamou a atenção diversos comentários que surgiam de forma repetida: "você viu o que saiu na ConJur?"  Fui me atualizar e inteirar do que passava. Me tornei assíduo leitor da revista jurídica eletrônica, e desde então acompanho a sua constante evolução e importante contribuição que traz ao mundo jurídico e à sociedade.

Diariamente são veiculadas as notícias mais recentes do mundo jurídico. Artigos doutrinários com diversos matizes sobre temas de relevo são disponibilizados, proporcionando atualização constante e o avanço na compreensão de questões atuais e de grande importância. Entrevistas e estudos produzidos por diversos atores do mundo jurídico promovem a reflexão sobre as dificuldades e desafios que envolvem a administração da Justiça, e sobre assuntos candentes no mundo da Advocacia, o que por certo contribui para a evolução da economia, força motriz da sociedade.

Assim como ocorre com o progresso da internet, novas frentes são constantemente abertas pela ConJur. Além do Anuário da Justiça, radiografia da composição e funcionamento das diversas Cortes do País, trabalho científico de fôlego que serve de norte para os utentes da Justiça e como documento histórico dos quadros vividos no desenrolar da história do  país, a revista ConJur promove encontros jurídicos nacionais e internacionais que contribuem para o aprimoramento dos profissionais dos diversos segmentos do campo do direito.

Diante da epidemia que assolou o planeta nos dois últimos anos, a revista eletrônica foi pioneira na produção de webinários, criou blogs e a TV ConJur, não permitindo que o forçado isolamento social obstasse a troca de ideias, de informações, enfim, do avanço da ciência do direito. O prestígio ao debate e respeito às diversas formas de pensar foi e permanece como marca do compromisso da ConJur para com o direito e a democracia e, por conseguinte, para o progresso da sociedade brasileira.

Nesses 25 anos de atividade, além de contribuir para a evolução do direito, a ConJur também foi precursora de diversas carreiras jornalísticas exitosas, servindo como relevante meio de formação e aperfeiçoamento de profissionais que hoje brilham em outros veículos de informação especializada, como Laura Diniz e Glaucia Milício, ou que permanecem atuando na ConJur e também emprestam seu conhecimento e talento a outros meios de comunicação, como ocorre com Rodrigo Haidar.

Parabéns Marcio Chaer, Maurício Cardoso, Liliane Ferreira, Lilian Matsuura e toda gloriosa equipe que produz a ConJur pelos 25 anos de relevantes serviços prestados ao mundo jurídico e à sociedade. Que tenhamos o privilégio de continuar durante muitos anos nos abeberando das informações por vocês disponibilizadas de forma séria, sempre com extremo profissionalismo e cientificidade, e que possamos permanecer sendo enriquecidos com as novidades do mundo do direito veiculadas, sempre renovando o  comentário: "você viu o que saiu na ConJur?"

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