Freios e contrapesos

Populismo, autoritarismo e resistência: cortes constitucionais no jogo do poder (4)

Autor

  • Luís Roberto Barroso

    é professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) mestre pela Yale Law School. Doutor e livre-docente pela Uerj. Senior Fellow na Harvard Kennedy School. Ministro do Supremo Tribunal Federal.

6 de agosto de 2022, 6h04

Continua parte 3.

Spacca

4.3. As cortes constitucionais no jogo do poder
Como se constata da narrativa acima, não é fácil para as cortes supremas cumprirem bem o papel de resistência democrática. De um lado, uma atitude passiva ou omissiva de cautela, para evitar o embate com líderes populistas, frustra a sua missão. De outra parte, o confronto aberto e solitário não costuma ter final feliz para os tribunais. É exemplar o que se passou na Rússia. Em 1989, após a queda do Muro de Berlim e já próximo do final da União Soviética, a Corte Constitucional ascendeu como um ator importante na transição democrática. Proferiu, assim, decisões de alto relevo, inclusive quanto à dissolução do Partido Comunista e a reorganização partidária. Em 1993, contudo, a corte entrou em confronto com Boris Yeltsin a propósito de decretos que suspendiam o Parlamento, entendendo que o presidente excedera os seus poderes. Yeltsin convocou, então, um referendo popular e conseguiu apoio para dissolver tanto o Parlamento quando a própria corte. Ao final de 1993, a Rússia tinha uma nova Constituição, mas não mais uma Corte Constitucional. Ela só veio a ser restabelecida em 1995, com um papel bem menor, e já submissa ao novo presidente, Vladimir Putin [1].

Quando existe um partido hegemônico, que controle o Legislativo, tenha apoio amplo nas instituições da sociedade civil e da população, impedir movimentos majoritários autoritários se torna muito mais difícil. Quando, por outro lado, haja maior equilíbrio e competição política entre partidos e segmentos diversos, o papel de contenção dos processos antidemocráticos é mais viável. Na verdade, a conjuntura específica e a cultura constitucional do povo fazem toda a diferença. E, também, o grau de independência e credibilidade da própria corte constitucional. Nos Estados Unidos, a tentativa de golpe pela invasão do Capitólio gerou reação imediata do Congresso e da imprensa. Embora, surpreendentemente, um número bastante relevante de eleitores do Partido Republicano, insuflados pelo Presidente derrotado, acredite que houve fraude, a despeito da falta de provas [2]. No Brasil, embora uma democracia bem mais jovem — o regime militar expirou em 1985 e a Constituição em vigor é de 1988 —, também houve reação maciça das instituições, da imprensa e da sociedade, contendo as veleidades de golpe.

Portanto, a capacidade de cortes supremas e cortes constitucionais impedirem a escalada autoritária de líderes populistas depende de múltiplos fatores: pluralismo político efetivo na sociedade, com partidos fortes de situação e de oposição; eleições livres e competitivas; cortes com tradição de independência e reconhecimento da sociedade; apoio das demais instituições à democracia e à própria corte; e sociedade que tenha uma cultura constitucional capaz de repudiar aventuras ditatoriais. Vale dizer: tribunais são importantes, mas não são capazes de fazer o trabalho sozinhos. E, por evidente, devem escapar da armadilha de se tornarem eles próprios atores movidos por preferências ou sentimentos intrinsecamente políticos, quando não partidarizados, deixando de fundamentar suas decisões, genuinamente, em valores e princípios constitucionais.

5. Conclusão
A democracia contemporânea vem enfrentando inúmeras adversidades. Algumas decorrem de sua própria incapacidade de solucionar problemas graves, que vêm de longe e a enfraquecem. Embora o cenário possa variar substancialmente de país para país, alguns desses problemas incluem: (i) a pobreza extrema, as desigualdades injustas e outros fatores que levam à exclusão ou à estagnação sociais; (ii) a apropriação privada do Estado por elites políticas e econômicas extrativistas, que o colocam a serviço dos seus interesses, alienando a maioria da população; e (iii) o sentimento de não-pertencimento de muitos, seja pela exclusão social, seja porque os sistemas de representação política já não conseguem mais dar suficiente voz e relevância aos cidadãos. Num mundo marcado por inovações e destruição criativa, a democracia precisa encontrar novos desenhos institucionais que a preservem e reavivem os valores que a tornaram a ideologia vitoriosa do século 20.

Ao mesmo tempo que enfrenta velhos fantasmas, a democracia constitucional se depara com as novas ameaças trazidas pelo populismo extremista e autoritário. Tudo isso num mundo em que boa parte da comunicação social e política migraram dos meios de comunicação tradicionais — imprensa, televisão e rádio — para mídias sociais que operam com poucos filtros, abrindo espaço para a desinformação, as teorias conspiratórias ou o ódio puro e simples. Alguns países têm conseguido resistir, embora não sem sequelas, a esse processo de deterioração democrática. Em outros, no entanto, as instituições sucumbiram à hegemonia de líderes e partidos populistas, de viés antidemocrático. Nesse ambiente, as cortes supremas e as cortes constitucionais têm protagonizado histórias de sucesso e histórias de fracasso. Em alguns casos, elas foram pilares de resistência. Em outros, foram incapazes de reação. E em situações mais dramáticas, foram parte do problema. Não se deve ter a ingenuidade de crer que tribunais, por si sós, consigam manter de pé o edifício constitucional. Como um projeto coletivo, a democracia precisa de povo participante e leal a ela, governantes idôneos e um conjunto de instituições inclusivas.

*texto originalmente publicado na Revista Direito e Práxis

Referências bibliográficas
ALBERT, Richard. Nonconstitutional amendments. Canadian Journal of Law & Jurisprudence, vol. 22, n. 1, p. 5-47, 2009.
ALBRIGHT, Madeleine. Fascism: a warning. New York: HarpersCollins, 2018.
APPLEBAUM, Anne. Twilight of democracy: the seductive lure of authoritarianism. New York: Doubleday, 2020.
ARATO, Andrew. Populism, the Courts and Civil Society. 4 dez. 2017. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=3082596. Acesso em: 28 fev. 2022.
BARROSO, Luís Roberto. Constitucionalismo democrático: a ideologia vitoriosa do século XX. Ribeirão Preto: Migalhas, 2019.
_______. Contramajoritário, representativo e iluminista: os papeis das cortes constitucionais nas democracias. Revista Direito e Práxis, vol. 9, n. 4, p. 2171-2228, 2018.
_______. Revolução tecnológica, crise da democracia e mudança climática: limites do Direito num mundo em transformação. Revista Estudos Institucionais, v. 5, n. 3, p. 1262-1313, set./dez. 2019.
_______. The life and death of Constitutions in Latin America: constitutional amendments, the role of courts and democracy. Apresentação (Foreword). In: ALBERT, Richard; PULIDO, Carlos Bernal; BENVINDO, Juliano Zaiden (eds.), Constitutional Change and Transformation in Latin America, Oxford: Hart Publishing, 2019.
BARROSO, Luna van Brussel. Liberdade de expressão e democracia na era digital. Belo Horizonte: Fórum, 2022 (no prelo).
BOLSONARO recua e diz que fala golpista no 7/9 decorreu do calor do momento. UOL, 9 set. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/09/09/jair-bolsonaro-nota-stf.htm. Acesso em: 28 fev. 2022.
CANZIAN, Fernando. Em 40 anos, metade dos EUA ganhou só US$ 200 a mais. Folha de São Paulo, 29 jul. 2019. Disponível em: https://temas.folha.uol.com.br/desigualdade-global/estados-unidos/em-40-anos-metade-dos-eua-ganhou-so-us-200-a-mais.shtml. Acesso em: 28 fev. 2022.
CARTER, Jimmy. I fear for our democracy. New York Times, 6 jan. 2022. Disponível em: https://www.nytimes.com/2022/01/05/opinion/jan-6-jimmy-carter.html. Acesso em: 28 fev. 2022.
CASTAGNOLA, Andrea. Manipulating courts in new democracies: forcing judges off the bench in Argentina. Milton: Routledge, 2018.
CASTELLS, Manuel. Ruptura: a crise da democracia liberal. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
CASTRO-MONTERO, José Luis; VAN DIJCK, Gijs. Judicial politics in unconsolidated democracies: an empirical analysis of the Ecuadorian Constitutional Court. Justice System Journal, vol. 38, n. 4, p. 380-398, 2017.
CERULUS, Laurens. Sigmar Gabriel: 'Merkel's austerity is driving EU to brink of collapse'. Politico, 8 jan. 2017. Disponível em: https://www.politico.eu/article/sigmar-gabriel-angela-merkel-austerity-isdriving-eu-to-brink-of-collapse/. Acesso em: 20 ago. 2019.
CHOTINER, Isaac. Why conservatives around the world have embraced Hungary’s Viktor Orbán. The New Yorker, 21 ago. 2021. Disponível em: https://www.newyorker.com/news/q-and-a/why-conservatives-around-the-world-have-embraced-hungarys-viktor-orban. Acesso em: 28 fev. 2022.
COLÔMBIA. Corte Constitucional. Sentencia C-141/10. Comunicado de 26 fev. 2010. Disponível aqui. Acesso em: 28 fev. 2022.
COMISSÃO EUROPEIA. Court of Justice rules Hungarian forced early retirement of judges incompatible with EU law. Bruxelas: Comissão Europeia, 2012. Disponível em: https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/mt/MEMO_12_832. Acesso em: 28 fev. 2022.
CONSTITUTIONAL Tribunal has virtually been abolished, announce retired judges. Rule of Law, 20 fev. 2020. Disponível em: https://ruleoflaw.pl/constitutional-tribunal-has-virtually-been-abolished-announce-retired-judges/. Acesso em: 28 fev. 2022.
CORRALES, Javier. Autocratic legalism in Venezuela. Journal of Democracy, vol. 26, n. 2, p. 37-51, 2015.
CUMMINGS, William; GARRISON, Joey; SERGENT, Jim. By the numbers: President Donald Trump's failed efforts to overturn the elections. USA Today, 6 jan. 2021. Disponível em: https://www.usatoday.com/in-depth/news/politics/elections/2021/01/06/trumps-failed-efforts-overturn-election-numbers/4130307001/. Acesso em: 28 fev. 2022.
CUTHBERT, Lane; THEODORIDIS, Alexander. Do republicans really believe Trump won the 2020 election? Our research suggest that they do. Washington Post, 7 jan. 2022. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/2022/01/07/republicans-big-lie-trump/. Acesso em 28 fev. 2022.
DIAMOND, Larry. Facing up to the democratic recession. Journal of Democracy, n. 26, p. 141, 2015.
DIXON, Rosalind; LANDAU, David. Abusive constitutional borrowing: legal globalization and the subversion of liberal democracy. Oxford: Oxford University Press, 2021.
DWORKIN, Ronald. Is democracy possible here. Princeton: Princeton University Press, 2008.
_______. Taking rights seriously. Cambridge: Harvard University Press, 1997.
ECUADOR legislature lifts presidential re-election limit. BBC News, 4 dez. 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-latin-america-35002846. Acesso em: 28 fev. 2022.
ECUADOR votes do limit presidents’ term in blow to Rafael Correa. The Guardian, 5 fev. 2018. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2018/feb/05/ecuador-votes-to-limit-presidents-terms-in-blow-to-rafael-correa. Acesso em: 28 fev. 2022.
END of century survey finds dramatic gains for democracy. Freedom House, 7 dez. 1999. Disponível em: https://freedomhouse.org/article/end-century-survey-finds-dramatic-gainsdemocracy. Acesso em: 12 ago. 2019.
ERDOGAN allies call for closure of Turkey’s Constitutional Court. Arab News, 2 abr. 2021. Disponível em: https://www.arabnews.com/node/1836056/middle-east. Acesso em: 28 fev. 2022.
ERDOGAN'S nationalist ally prepares draft Turkish constitution. Reuters, 4 mai. 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/world/middle-east/erdogans-nationalist-ally-prepares-draft-turkish-constitution-2021-05-04/. Acesso em: 28 fev. 2022.
EVERY day is Jan. 6 now. The New York Times, 1 jan. 2022. Disponível em: https://www.nytimes.com/2022/01/01/opinion/january-6-attack-committee.html. Acesso em: 28 fev. 2022.
FRIEDMAN, Nick. The impact of populism on courts: institutional legitimacy and the popular will. Oxford: The Foundation for Law, Justice and Society, 2019.
FUKUYAMA, Francis. Making the internet safe for democracy. Journal of Democracy, vol. 32, n. 2, p. 37–44, 2021.
_______. The End of History and the Last Man. New York: Free Press, 1992.
_______. The end of history. The National Interest, n. 16, p. 3-18, 1989.
HARARI, Yuval Noah. 21 lessons for the 21st century. New York: Spiegel & Grau, 2018.
HUNTINGTON, Samuel P. The third wave: democratization in the late twentieth century. Journal of Democracy, vol. 2, n. 2, 1991.
HUQ, Aziz; GINSBURG, Tom. How to lose a constitutional democracy. UCLA Law Review, n. 65, 2018.
ÍNDIA. Supreme Court of India. Kesavananda Bharati v. State of Kerala. (1973) SCR (Supp) 1. Disponível em: https://indiankanoon.org/doc/257876/. Acesso em: 28 fev. 2022.
INGLEHART, Ronald F.; NORRIS, Pippa. Trump, Brexit, and the rise of populism: economic have-nots and cultural backlash. HKS Faculty Research Working Paper Series, RWP16-026, 2016.
ISSACHAROFF, Samuel. Fragile democracies: contested power in the era of Constitutional Courts. Cambridge: Cambridge University Press, 2015.
_______. Populism versus democratic governance. In: GRABER, Mark A.; LEVINSON, Sanford; TUSHNET, Mark. Constitutional democracy in crisis?. Oxford: Oxford University Press, 2018.
_______. The corruption of popular sovereignty. International Journal of Constitutional Law, vol. 18, n. 4, p. 1109-1135, 2020.
JUNGMANN: Bolsonaro determinou que jatos sobrevoassem STF para quebrar vidros. Poder 360, 20 ago. 2021. Disponível em: https://www.poder360.com.br/brasil/jungmann-bolsonaro-determinou-que-jatos-sobrevoassem-stf-para-quebrar-vidros/. Acesso em: 28 fev. 2022.
LANDAU, David. Abusive Constitutionalism. UC Davis Law Review, v. 47, n. 1, p. 189-260, 2013.
_______. Honduras: Term limits drama 2.0 – how the Supreme court declared the Constitution unconstitutional. Constitutionet, 27 mai. 2015. Disponível em: https://constitutionnet.org/news/honduras-term-limits-drama-20-how-supreme-court-declared-constitution-unconstitutional. Acesso em: 28 fev. 2022.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. How democracies die. New York: Crown, 2018.
LIMA, Mauricio; JUNIOR, Policarpo. “A chance de um golpe é zero”, diz Bolsonaro em entrevista à Veja. Veja, 24 set 2021. Disponível em: https://veja.abril.com.br/politica/a-chance-de-um-golpe-e-zero-diz-bolsonaro-em-entrevista-a-veja/. Acesso em: 28 fev. 2022.
MOFFITT, Benjamin. Populism. Cambridge: Polity, 2020.
MOUNK, Yascha. The end of history revisited. Journal of Democracy, vol. 31, n. 1, p. 22-35, 2020.
_______. The people vs. democracy. Cambridge: Harvard University Press, 2018. E-book.
MUDDE, Cas. The far right today. Cambridge: Polity, 2019.
_______. The populist zeitgeist. Government and Opposition, vol. 39, n. 4, p. 541–563, 2004.
MULLER, Jan-Werner. What is populism?. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2016. E-book.
NICARAGUA court allows Ortega to seek new term in 2011. The Guardian, 20 out. 2009. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2009/oct/20/nicaragua-ortega-sandinista-reelection. Acesso em: 28 fev. 2022.
NORRIS, Pippa; INGLEHART, Ronald F. Cultural backlash: Trump, Brexit and authoritarian populism. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
NUNES, Daniel Capecchi. Promessa constitucional e crise democrática: o populismo autoritário na Constituição de 1988. Tese (doutorado). Faculdade de Direito, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Mimeografada, 2022.
ORE, Diego. Venezuela’s outgoing Congress names 23 Supreme Court Justices. Reuters, 23 dez. 2015. Disponível em: https://www.reuters.com/article/us-venezuela-politics-idUSKBN0U626820151223. Acesso em: 28 fev. 2022.
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Corte Interamericana de Direitos Humanos. Case of the Constitutional Court v. Peru. y 31 de Janeiro de 2001. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_71_ing.pdf. Acesso em: 28 fev. 2022.
POLITO, Rodrigo; CONCEIÇÃO, Ana. Desemprego no Brasil atinge mais de 12 milhões no fim de 2018. Valor Econômico, 31 jan. 2019. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/01/31/desemprego-no-brasil-atinge-mais-de-12-milhoes-no-fim-de-2018.ghtml. Acesso em: 28 fev. 2022.
PRENDERGAST, David. The judicial role in protecting democracy from populism. German Law Journal, vol. 20, n. 2, p. 245-262, 2019.
PULIDO, Carlos Bernal. Unconstitutional Constitutional Amendments in the case study of Colombia: an analysis of the justification and meaning of the constitutional replacement doctrine. International Journal of Constitutional Law, vol. 11, n. 2, p. 339-357, 2013.
RAMOS, Daniel. Bolivia Morales’ defies term limits, launches bid for fourth term. Reuters, 18 mai. 2019. Disponível em: https://www.reuters.com/article/us-bolivia-election-idUSKCN1SO0R3. Acesso em: 28 fev. 2022.
ROZNAI, Yaniv. Constitutional Unamendability in Latin America gone wrong?. In: ALBERT, Richard; PULIDO, Carlos Bernal; BENVINDO, Juliano Zaiden (eds.), Constitutional Change and Transformation in Latin America, Oxford: Hart Publishing, 2019, p. 93-116.
SCHEPPELE, Kim Lane. Autocratic legalism. The University of Chicago Law Review, n. 85, p. 545, 2018.
SEN, İlker Gökhan. The final death blow to the Turkish Constitutional Court. VerfBlog, 28 jan. 2021. Disponível em: https://verfassungsblog.de/death-blow-tcc/. Acesso em: 28 fev. 2022.
SIMS, Calvin. Peru’s Congress is assailed over its removal of judges. New York Times, 31 mai. 1997. Disponível em: https://www.nytimes.com/1997/05/31/world/peru-s-congress-is-assailed-over-its-removal-of-judges.html. Acesso em: 28 fev. 2022.
SOUZA NETO, Cláudio Pereira. Democracia em crise no Brasil: valores constitucionais, antagonismo político e dinâmica institucional. Rio de Janeiro: Eduerj, 2020.
STEPHEN, Holmes. How democracies die. 13 mar. 2017. 1 vídeo. (86 min). Publicado pelo canal The Graduate Institute Geneva. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nHr6Mcqq-Ek. Acesso em: 12 jul. 2019.
THE ELECTION has greatly aggravated the crisis. IDEA – Institute for Democracy and Electoral Assistance, 7 nov. 2021. Disponível em: https://www.idea.int/news-media/news/election-has-greatly-aggravated-crisis-nicaragua. Acesso em: 28 fev. 2022.
TROTMAN, Andrew. Angela Merkel: 'Austerity makes it sound evil, I call it balancing the budget'. The Telegraph, 23 abr. 2013. Disponível em: https://www.telegraph.co.uk/finance/financialcrisis/10013814/Angela-MerkelAusterity-makes-it-sound-evil-I-call-it-balancing-the-budget.html. Acesso em: 20 ago. 2019.
UNIÃO EUROPEIA. Tribunal de Justiça da União Europeia. Commission vs. Poland. 24 de junho de 2019. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=ecli%3AECLI%3AEU%3AC%3A2019%3A531. Acesso em: 28 fev. 2022.
URRIBARRI, Raul A. Sanchez. Courts between Democracy and Hybrid Authoritarianism: Evidence from the Venezuelan Supreme Court. Law & Social Inquiry, vol. 36, n. 4, p. 854–884, 2011.
VALENTE, Jonas. WhatsApp é principal fonte de informação do brasileiro, diz pesquisa. Agência Brasil, 10 dez. 2019. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-12/whatsapp-e-principal-fonte-de-informacao-do-brasileiro-diz-pesquisa. Acesso em: 28 fev. 2022.
VENEZUELA: Chávez allies pack Supreme Court. Human Rights Watch, 13 dez. 2004. Disponível em: https://www.hrw.org/news/2004/12/13/venezuela-chavez-allies-pack-supreme-court. Acesso em: 28 fev. 2022.
VERSTEEG, Mila et al. The law and politics of presidential term limit evasion. Columbia Law Review, vol. 120, n. 1, p. 173–248, 2020.
ZAKARIA, Fareed. The rise of illiberal democracies. Foreign Affairs, n. 76, p. 22, 1997.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!