Luto no Direito

Ex-presidente do STF lamenta morte do professor José Manoel de Arruda Alvim

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2 de setembro de 2021, 13h18

Antonio Cezar Peluso, ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, somou-se às vozes ilustres do Direito brasileiro que lamentaram a perda do professor, advogado e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo José Manoel de Arruda Alvim Netto, que morreu nesta quarta-feira (1º/9), aos 85 anos.

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O professor e desembargador aposentado Arruda Alvim morreu aos 85 anos
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O ex-presidente do STF ressaltou o conhecimento jurídico do professor Arruda Alvim, mas também fez questão de valorizar suas virtudes como companheiro de profissão.

"José Manuel Arruda Alvim foi, antes de tudo, um doce ser humano, amigo leal, de sobranceria e generosidade extremas, que me abriu as portas de sua família, do círculo de seus inúmeros discípulos processualistas e da nossa Faculdade de Direito da PUC. Foi uma criatura admirável", disse o ministro aposentado.

"Como profissional, foi jurista da mais alta seriedade e de vasta erudição, que transitou, com desenvoltura, pelo Direito Processual Civil, pelo Direito Civil, Tributário e Constitucional. Criou uma escola paulista de Processo Civil, enriqueceu a advocacia e a consultoria jurídica", completou Peluso.

Em texto publicado nesta quinta-feira (2/9) na coluna Direito Comparado, assinado junto com os professores Otávio Luiz Rodrigues e Rodrigo Xavier Leonardo, o ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça, exaltou o legado de conhecimento que Arruda Alvim deixou para o Direito do Brasil.

"No STJ, são inúmeros os julgados com referência a seus livros e artigos,
especialmente seu 'Manual de Direito Processual Civil', anualmente
reeditado e atualizado com o rigor metodológico que sempre o marcou", afirmou ele. "Como em uma floresta, somente com a queda de uma árvore frondosa é que, com seu vazio, sentimos sua importância. Arruda Alvim, apesar de sua idade, era para todos nós uma presença que se fazia natural. Seu desaparecimento, infelizmente, convida-nos a refletir sobre seu enorme peso para a cultura jurídica brasileira".

Leia a íntegra do depoimento do ministro aposentado Antonio Cezar Peluso:

"José Manuel Arruda Alvim foi, antes de tudo, um doce ser humano, amigo leal, de sobranceria e generosidade extremas, que me abriu as portas de sua família, do círculo de seus inúmeros discípulos processualistas e da nossa Faculdade de Direito da PUC, onde me conduziu da docência de Direito Civil para o Departamento de Processo Civil, onde militei por quase 30 anos ao seu lado e sob sua suave influência. Foi uma criatura admirável. Como profissional, foi jurista da mais alta seriedade e de vasta erudição, que transitou, com desenvoltura, pelo Direito Processual Civil, pelo Direito Civil, Tributário e Constitucional. Criou uma escola paulista de Processo Civil, enriqueceu a advocacia e a consultoria jurídicas, honrou o 1º TACIVIL e o Tribunal de Justiça de São Paulo, e legou-nos obras jurídicas imorredouras e uma família de juristas de grande envergadura, como sua mulher Thereza e os filhos Teresa e Eduardo, que expandirão essa honrosa herança. Deixa um imenso vazio e uma saudade permanente. Um forte abraço de solidariedade aos queridos amigos Thereza, Didi e Dudu".

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