Bolsonaro deve indicar Mendonça ou Martins ao STF, diz filho do presidente
23 de abril de 2021, 12h04
O presidente Jair Bolsonaro deve indicar André Mendonça (atual advogado-geral da União) ou Humberto Martins (presidente do STJ) para a vaga do decano Marco Aurélio no Supremo Tribunal Federal. Quem disse isso foi Flávio Bolsonaro, filho do presidente, ao jornal O Globo nesta sexta-feira (23/4).
Flávio é um fator importante na escolha e não tem por Mendonça a mesma simpatia que a madrasta, Michele. A primeira-dama faz suas orações com o AGU ao menos duas vezes por semana no Alvorada e tem defendido sua nomeação, segundo o jornal.
Mas a vontade dos Bolsonaro não é o único vetor agindo sobre essa escolha. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as omissões do governo no combate à epidemia da Covid-19, por exemplo, pode levar a uma imposição do Senado.
Depois de ter falhado nas tentativas de barrar a abertura da comissão e de impedir a nomeação de Renan Calheiros para a relatoria, Bolsonaro agora vem tentando se aproximar do parlamentar.
Nos bastidores, o que se avalia é que Bolsonaro poderia nomear Humberto Martins, conterrâneo de Renan e com mais trânsito no Senado do que Mendonça, para fazer um aceno ao relator da CPI.
Com a bola no campo do Senado, também ganha força um nome que corre por fora, o do deputado Marcos Pereira, que, além de pastor evangélico, é mestre em Direito Constitucional pelo IDP, com uma tese baseada nos levantamentos do Anuário da Justiça sobre a inconstitucionalidade das leis brasileiras.
Outro nome importante é do ministro do STJ Luís Felipe Salomão, que tem no Senado e no Judiciário apoio sólido de suas lideranças.
Aos olhos do Senado, Augusto Aras também é bem visto — mas Bolsonaro já teria decidido que o PGR tem vaga garantida apenas se o presidente for reeleito.
O ministro Marco Aurélio anunciou sua aposentadoria para 5 de julho. Antes dele, Celso de Mello deixou a corte também por ter atingido o limite máximo de idade e foi substituído por Kassio Nunes Marques, que até então era desembargador no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
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