Senador pede licença por quatro meses a um dia de caso ir ao plenário do STF
20 de outubro de 2020, 14h31
O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) apresentou no início da tarde desta terça-feira (20/10) à mesa diretora do Senado uma retificação do seu pedido de licença da Casa. No novo documento, ele pede que o prazo seja de 121 e não mais de 90 dias, como havia sido solicitado no primeiro documento protocolado às 8h49 de hoje.


Jefferson Rudy/Agência Senado
No requerimento ele reafirma que a medida é "irrevogável e irretratável” e que durante esse período se dedicará exclusivamente à sua defesa. Conforme regimento da Casa, em casos de licença por decisão do parlamentar, não há previsão de pagamento de salário durante o período de afastamento.
O primeiro suplente do senador é um dos filhos dele: Pedro Arthur. Segundo a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, ele tem 30 dias improrrogáveis para se habilitar a ocupar a vaga. Caso isso não aconteça, o fato deve ser comunicado ao plenário da Casa e a partir daí, o segundo suplente do senador, Onésimo Cruz, tem 60 dias para assumir a vaga. Nesse caso, o prazo é prorrogável por mais 30 dias. Até o momento a assessoria do senador não confirmou se o filho do parlamentar assumirá o mandato.
Rodrigues é suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos destinados ao combate ao novo coronavírus (Covid-19).
Na semana passada, uma operação da Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União, teve o parlamentar como um dos alvos e apreendeu na residência dele, em Roraima, R$ 33.150 em espécie. O dinheiro estava escondido na cueca do senador. Os agentes também encontraram em um cofre R$ 10 mil e US$ 6 mil.
Nesta segunda-feira (19), em nota divulgada à imprensa, a defesa do senador afirmou que o dinheiro encontrado nas vestes íntimas se destinava "ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador".
Segundo os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar, o parlamentar "está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro".
Perdas
Desde que o caso veio à tona, Chico Rodrigues foi exonerado do cargo de vice-líder do governo e pediu para sair da comissão externa do Congresso que fiscaliza os gastos no combate à Covid-19.
Ontem, o senador também se desligou do Conselho de Ética do Senado, onde é alvo de uma representação protocolada pelos partidos Rede e Cidadania, que pedem a cassação do seu mandato.
STF
O senador já estava afastado do mandato, por 90 dias, desde a última quinta-feira (15/10), por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. A decisão seria apreciada nesta quarta-feira (21/10) pelo plenário da Corte.
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