Poucas patentes

Brasil está nos últimos lugares em ranking de inovações da área digital

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1 de setembro de 2019, 12h21

O Brasil está nos últimos lugares no ranking de inovações da área digital. É o que demonstra uma atualização do estudo econômico Propriedade intelectual, inovação e desenvolvimento: desafios para o Brasil, dos economistas Antônio Márcio Buainain, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Roney Fraga Souza, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

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A pesquisa foi lançada em forma de livro, durante o Congresso Internacional de Propriedade Intelectual, da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), no último dia 25 de agosto.

Na edição atual, os economistas analisam a propriedade intelectual à luz da economia digital e confirmam o atraso do país a partir de uma análise de dados do Derwent Innovations Index, uma ferramenta de pesquisa que fornece acesso à Internet a mais de 30 milhões de invenções descritas em mais de 65 milhões de documentos de patentes. A pesquisa mostra que o Brasil ficou para trás na corrida por patentes dá área digital. As poucas patentes do setor não são inovações obtidas por empresas brasileiras, e sim por estrangeiras que revalidam a proteção no país.

O Brasil ficou de fora das corridas por patentes de machine learning e cloud computing, que caracterizaram a computação mundial na década atual. Quanto à primeira tecnologia, somente 69 das 15.203 famílias de patentes identificadas neste estudo contém pelo menos uma patente brasileira. No caso do clouding computing, foram identificadas 86 patentes nacionais.

Em ambos os casos, a imensa maioria desses documentos consiste em patentes obtidas por empresas estrangeiras em outros países que foram posteriormente estendidas para o Brasil e revalidadas pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. Somando as duas áreas de pesquisa, o estudo identificou apenas 10 patentes que foram efetivamente depositadas por inventores brasileiros.

“A atualização estatística confirma as grandes linhas que explicam as dificuldades do Brasil, como o atraso na área de inovação, o descompasso em relação aos países mais avançados e a necessidade urgente de reverter a esta tendência negativa”, explica Buainain. “Reafirma-se, aqui, que podemos estar nos afastando do futuro sem conseguir tampouco equacionar os problemas do passado”.

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