Demissão esperada

Luislinda Valois é exonerada do Ministério de Direitos Humanos

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19 de fevereiro de 2018, 19h34

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, foi demitida nesta segunda-feira (192). O subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência, Gustavo do Vale Rocha, assume a posição interinamente. Ele vai acumular os dois cargos, além de integrar ainda o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Luislinda comandava a pasta desde fevereiro de 2017.

Gustavo Rocha já foi cogitado para assumir o Ministério da Justiça e para a Advocacia-Geral da União. É homem de confiança de Michel Temer e foi denunciado duas vezes pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Rocha foi advogado do PMDB por cerca de 15 anos.

A subchefia é subordinada à Casa Civil, cujo ministro é Eliseu Padilha — que deu a ela o recado da demissão. Luislinda teria passado no gabinete no presidente Michel Temer em seguida, para se despedir. A exoneração deve ser publicada da edição desta terça do Diário Oficial da União. Nas próximas semanas, a pasta de Direitos Humanos deve perder status de ministério e ser incorporada ao Ministério da Justiça.

A saída de Luislinda da equipe de Temer era ventilada desde o ano passado, quando se tornou público, em novembro, o pedido da ministra para ultrapassar o teto salarial. Ela é desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia aposentada e, como tal, protocolou um pedido ao governo no qual alegava estar submetida a “trabalho análogo à escravidão” por não receber R$ 61 mil, valor que seria a soma de sua remuneração como ministra com a aposentadoria. Ela retirou o pleito pouco depois.

Ela também se desfiliou do PSDB, partido que integrava, diante da pressão de correligionários para que deixasse a pasta depois da polêmica.

Com a saída de Luislinda, resta apenas uma mulher no primeiro escalão do governo, a ministra-chefe da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça. Ela era a única negra no time.

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