Acusada de assassinato

Julgamento de "ex-brasileira" nos EUA começará no dia 16 de abril

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7 de fevereiro de 2018, 14h06

O juiz Andrew Logan, de um fórum criminal do Condado de Trumbull, em Ohio (EUA), marcou o início do julgamento da "ex-brasileira" Claudia Sobral (Claudia Hoering, nos Estados Unidos) para 16 de abril. A decisão foi tomada em uma audiência preliminar nesta terça-feira (6/2) para se discutir aspectos processuais do julgamento.

O juiz concordou com o pedido da Promotoria de desconsiderar o tempo que Claudia ficou presa no Brasil e contar o prazo de 90 dias para garantir o julgamento rápido (speedy trial) apenas a partir do dia em que ela foi presa nos EUA — ou seja, a partir de 17 de janeiro, quando chegou ao país, após ser extraditada pelo governo brasileiro.

Reprodução/WKBN
Claudia durante audiência em fórum de Ohio, depois de ser extraditada aos EUA.
Reprodução/WKBN 

No entanto, o juiz marcou uma outra audiência especial para 20 de fevereiro, para dar oportunidade aos defensores públicos de Claudia de pedir uma extensão do prazo para início do julgamento, se precisarem de mais tempo para preparar a defesa, de acordo com o jornal The Vindicator e sites das emissoras de televisão locais.

Os dois promotores do condado, Dennis Watkins e Chris Becker, declararam que estão prontos para o julgamento. Eles informaram ao juiz que já entregaram aos defensores públicos, dentro do processo de discovery, as provas que colheram e uma lista de 49 testemunhas. Entre elas a pessoa que vendeu para Claudia o revólver .357, que teria sido usado no crime, e o marido do primeiro casamento.

Claudia é acusada de homicídio qualificado com arma de fogo, que implica agravamento da pena. Segundo a acusação, ela matou seu então segundo marido, o major da Aeronáutica Karl Hoerig, com dois tiros, em 12 de março de 2007. No mesmo dia, ela fugiu para o Brasil, onde permaneceu impune por 10 anos e 10 meses, até que perdeu a cidadania brasileira e foi extraditada.

A acusação sustenta que Claudia matou seu marido porque ele anunciou que ia se separar. Uma das razões da separação seria a de que os gastos dela eram excessivos. Os jornais contam a história de que, quando fugiu para o Brasil, Claudia deixou para trás 77 pares de sapato, 59 vestidos, 19 ternos executivos, 12 casacos e 69 suéteres. O ex-marido, do primeiro casamento, vai testemunhar que a deixou por causa de seus gastos excessivos.

A pedido dos defensores públicos Matt Pentz e David Rouzzo, o juiz concordou em emitir uma ordem de silêncio (gag order) sobre o caso, que deverá ser cumprida por todos os envolvidos no julgamento. A gag order, literalmente “ordem da mordaça”, impede que o caso seja discutido em público e que declarações sejam feitas à imprensa, para evitar a incitação da opinião pública.

Com essa ordem, que visa garantir um julgamento justo para a ré, as partes só podem se pronunciar no processo e nas audiências. Seu descumprimento pode resultar em transferência do julgamento para outra jurisdição fora do Condado de Trumbull, o que sairia muito caro para a defesa e a acusação.

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