Geddel é preso três dias após descoberta de malas com R$ 51 milhões
8 de setembro de 2017, 9h58
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) foi preso na manhã desta sexta-feira (8/9), em Salvador, três dias após a Polícia Federal encontrar mais de R$ 51 milhões, atribuídos a ele, em um apartamento. Agentes encontraram Geddel no condomínio residencial onde ele cumpria prisão domiciliar desde julho. O ex-ministro deve ser transferido para Brasília.
A ordem de prisão foi assinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal e ainda é sigilosa. No pedido, a PF e o Ministério Público Federal argumentaram que a medida era necessária para evitar “a destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos”.
Também há três mandados de busca e apreensão e outro de prisão preventiva. Segundo o MPF, as medidas são necessárias porque Geddel se mostrou uma espécie de serial criminal, ou seja, um criminoso em série, que, diz o órgão, não foi impedido de delinquir nem ao ser determinada sua prisão domiciliar.

Arquivo/Agência Brasil
Segundo a Folha de S.Paulo, também foi preso foi Gustavo Ferraz, ex-assessor de Geddel, que hoje atuava como diretor da Defesa Civil de Salvador.
A investigação apura suposto esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013 – período em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição.
Na terça-feira (5/9), a Polícia Federal apreendeu malas e caixas de dinheiro, em um apartamento em Salvador. O proprietário, Sílvio Silveira, declarou em depoimento que emprestou o imóvel a Geddel, que teria pedido para guardar pertences do pai, morto no ano passado.

Divulgação/PF
Geddel já havia sido preso no dia 3 de julho por ordem do mesmo juiz. De acordo com a acusação do MPF, o ex-ministro recebeu mais de R$ 20 milhões do financista Lúcio Funaro em troca de intermediar a liberação de empréstimos a empresas do Grupo J&F.
Dias depois, foi encaminhado para prisão domiciliar, porque o desembargador Ney Bello Filho, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, não viu motivos para a medida. “Ofende o Direito e o vernáculo prender preventivamente alguém por ato pretérito, sem contemporaneidade”, afirmou na ocasião.
Ex-responsável pela Secretaria de Governo da Presidência, Geddel oficialmente pediu para deixar a administração Michel Temer (PMDB) em novembro de 2016, depois que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse ter sido pressionado para liberar uma obra no centro histórico de Salvador. Com informações da Agência Brasil.
* Texto atualizado às 10h45 do dia 8/9/2017.
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