Luto na academia

Morre, aos 89 anos, a historiadora Emília Viotti da Costa

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3 de novembro de 2017, 11h48

A professora Emília Viotti da Costa, uma das principais historiadoras brasileiras, morreu nessa quinta-feira (2/11), em São Paulo, aos 89 anos, em decorrência da falência múltipla dos órgãos. Titular da cadeira de História da América Latina na Universidade de Yale, ela lançou, em 2001, o livro STF – O Supremo Tribunal Federal e a Construção da Cidadania.

Na opinião dela, o Judiciário, apesar dos seus problemas, é o poder que “mais contribuiu para a construção da cidadania no Brasil".

Na obra, a acadêmica examinou o papel da corte na história do Brasil, seu comportamento e influência na cena política e, principalmente, sua independência como Poder da República. Referência na área, a obra da historiadora costuma ser citada em artigos e em decisões judiciais. Há, por exemplo, votos do ministro Celso de Mello, decano do Supremo, com citações a obras da historiadora.

Viotti nasceu na capital paulista e era formada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Foi livre-docente pela mesma universidade. Em 1969, foi aposentada de forma compulsória pelo governo militar por causa do seu engajamento contra a reforma universitária de 1968. Lecionou em várias universidades dos Estados Unidos, entre estas a Tulane University e a University of Illinois.

Emília Viotti escreveu diversos livros que são referência sobre história do Brasil Colônia, como o Da Senzala à Colônia, de 1966, que analisa a passagem do trabalho escravo ao livre na cafeicultura paulista. Era também especialista no tema escravidão.

Veja, abaixo, o programa Roda Viva que entrevistou a professora Emília Viotti da Costa, em 2001:

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