Segurança jurídica

Cassado ato do CNJ que anulou critério de edital para vagas no TRF-1

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2 de dezembro de 2015, 16h12

Foi cassado ato do Conselho Nacional de Justiça que havia declarado nulo critério de edital de 2007 que pretendia preencher vagas em cargos na Justiça Federal de primeiro e segundo graus da 1ª Região (TRF-1). A decisão é do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que julgou procedente quatro mandados de segurança (MS 29314, MS 29506, MS 29491, MS 29462), por entender que a anulação feita pelo CNJ violava de maneira direta os princípios da proteção da confiança e da segurança jurídica.

Em procedimento de controle administrativo, o CNJ determinou que a remoção deveria preceder, em todas as hipóteses, o provimento por concurso público. O Conselho declarou nulo o critério do edital que previa alternância entre nomeação e remoção.

Segundo o relator, diante da falta de legislação federal expressa sobre os critérios a serem observados para o preenchimento de cargos vagos, o acórdão do CNJ — que determinou a anulação do disposto na alínea b do artigo 6º da Resolução 630-5, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e introduziu inovações supervenientes à publicação do edital do concurso público — “constitui hipótese de substituição indevida dos critérios administrativos ligados à oportunidade e à conveniência”.

O ministro afirmou que a decisão do CNJ gerou “instabilidade institucional”, tendo sido prolatado quase três anos após a homologação final do resultado do concurso, violando de maneira direta os princípios da proteção da confiança e da segurança jurídica. O relator também considerou que a decisão, agora cassada, cerceou o poder conferido ao TRF da 1ª Região para dispor sobre o modo de provimento de seus cargos vagos, respeitados os critérios de legalidade.

Gilmar Mendes acrescentou que, embora a validade do 4º Concurso Público do TRF-1 tenha expirado em 2011, não há perda de objeto da ação (como opinou a Advocacia-Geral da União), em razão da possibilidade de subsistência de efeitos decorrentes da liminar que deferiu em novembro de 2010, quando suspendeu o ato do CNJ. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF. 

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