Gestão de riscos

Assessor jurídico passou a atuar na tomada de decisões comerciais, diz estudo

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4 de outubro de 2014, 10h00

O perfil do advogado que atua no setor de controle interno das empresas está mudando. Os profissionais passaram a ter novas funções, como o monitoramento da segurança cibernética institucional, no intuito de minimizar as preocupações com os riscos de fraudes e violações de dados. A informação faz parte do levantamento da rede global de firmas de auditoria KPMG “Além do Horizonte” (Over the Horizon, em inglês).

Segundo o estudo, a crescente atuação do assessor jurídico não está estritamente envolvida em questões legais, mas também na tomada de decisões comerciais, especialmente na área de risco de gestão. Cabe a ele aconselhar, controlar e comunicar as diferentes partes da corporação. “Os advogados são pagos para mostrar os pontos fortes e fracos da empresa e para tentar, da melhor forma possível, evitar crises”, afirmou. 

Em relação à gestão dos riscos empresariais, as empresas esperam que os assessores jurídicos lidem com fenômenos geopolíticos ou falhas tecnológicas. A capacidade dos profissionais de determinar “solo seguro” para a gerência é parte fundamento do emprego e a capacidade de fazê-lo aumenta a influência do assessor jurídico, principalmente em situações de risco.

Além disso, o assessor jurídico também se tornou responsável pela conduta corporativa de terceiros; pela execução de contratos; pelas negociações e elaborações de contratos; e por abordagens adaptáveis à resolução de litígios. 

Momentos críticos
Ficar influente na empresa leva tempo, afirmaram todos os entrevistados para o estudo. Mas, esse processo pode ser mais rápido em momentos críticos para a empresa. O estudo mostra do caso da Karen Linehan, hoje vice-presidente executiva da Sanofi of France. Ela se tornou assessora jurídica da empresa ao conduzir uma questão jurídica entre a companhia e os Estados Unidos. "Eu me tornei visível aos membros do conselho e os executivos sêniors. E essa foi uma das razões para que eles corressem o risco e me promoverem”, disse. Em reconhecimento da conclusão bem sucedida do caso, Linehan foi promovida dois níveis acima da sua posição.

Segundo Marcos Matsunaga, sócio da área legal da KPMG no Brasil e responsável pelo estudo no país, executivos líderes estão incentivando suas equipes jurídicas à fazer a capacitação de seus profissionais. “Essa iniciativa, teoricamente, poderá garantir que as diretorias de assessoria jurídica sejam capazes de, como aponta o relatório, assumir questões complexas, filtrá-las e chegar a uma conclusão sensata”, afirma.

Due Diligence
Há uma crescente perspectiva por advogados internos que atuem em due diligence de fornecedores, clientes e de outras partes do negócio, uma vez que a corrupção em qualquer etapa da cadeia de suprimentos é confrontada por ações judiciais e legislativas cada vez mais rígidas.

“A experiência em determinado negócio, aliada à capacidade de fazer cálculos, está rapidamente se tornando elemento básico para carreiras jurídicas bem sucedidas com atuação em controle interno. Sem contar com o crescimento do compliance regulatório, que pode significar que os advogados com experiência em serviço público serão os mais procurados no mercado”, conclui Matsunaga. Com informações da Assessoria de Imprensa da KPMG.

Clique aqui para ler o estudo.

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