Pilhagem online

Brasil teve prejuízo de R$ 2,3 bilhões com fraudes em 2013

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2 de abril de 2014, 9h46

A luta entre as pessoas que acreditam no trabalho duro para ganhar dinheiro e as que preferem a malandragem, dispostas a aproveitar a distração do próximo para ganhar dinheiro, transferiu-se com toda força para a rede mundial de computadores. Quem ganhará o torneio, no fim das contas, ainda não se sabe. Mas a refrega não terminará tão cedo.

Neste último 1º de abril, dia da mentira, o ex-fraudador Frank Abagnale — impagável vigarista que inspirou o filme Prenda-me, se for capaz, de Steven Spielberg (com Leonardo di Caprio e Tom Hanks) — veio ao Brasil para falar da vulnerabilidade dos sistemas. Depois de cinco anos preso, Abagnale topou trabalhar para o FBI, com quem colabora há 35 anos, para ajudar a desmontar esquemas criminosos.

No evento, promovido pela Serasa Experian, divulgou-se que a roubalheira no Brasil chegou à casa dos R$ 2,3 bilhões em 2013 e que os prejuízos com transações fraudulentas devem crescer durante a Copa do Mundo. Desse total, informa a empresa, R$ 1,2 bilhão esvaiu-se em tentativas de fraude offline (mais conhecidas como roubo de identidade), e aproximadamente R$ 500 milhões em e-commerce. Mais R$ 600 milhões em operações bancárias.

Um exemplo da falta de escrúpulos dos habilidosos fraudadores foi dado no evento: tão logo se deu pela morte dos passageiros do voo da Malasian Airlines, as identidades dos desaparecidos já foram usadas para golpes.

De acordo com dados de mercado, diz a empresa, 30% dos usuários de cartões de crédito já sofreram fraude, o que torna o Brasil o quinto no ranking mundial desse tipo de golpe, atrás de Estados Unidos (37%), México (37%), Emirados Árabes (33%) e Reino Unido (31%). Já na web, os golpes são aplicados principalmente nas compras de produtos eletrônicos, passagens aéreas, Internet banking e serviços.

O evento foi promovido para divulgar um produto novo da Experian: o Safety, ferramenta oferecida como um jeito de detectar fraudes no comércio eletrônico em solicitações de cartão de crédito e abertura de conta via web ou em operações bancárias. A ferramenta, segundo o fornecedor, mostra o risco da transação e as inconsistências detectadas por mais de 450 regras que podem ser configuradas.

Segundo a Serasa Experian, “os golpistas brasileiros capturam as informações cadastrais, números de CPFs e números dos cartões de crédito dos consumidores e vendem em leilões na Internet por valores que, de acordo com a quantidade de informações disponíveis, da bandeira do cartão e também do status (ouro, platinum, internacional), disponibilidade de senha, entre outros, podem variar de R$ 5 a R$ 300”. Rússia, Vietnã, Gana, Nigéria, Romênia, Estados Unidos e Brasil estariam entre os principais países da indústria da fraude na web.

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