Juizados pedem regulamentação de sentenças em bloco
6 de março de 2012, 10h21
Entre elas está a assinatura em massa, pelos juízes, de diversas sentenças sobre o mesmo tema. Com autos eletrônicos desde 2002, os Juizados permitem que milhares de decisões recebam, com um só ato, a assinatura digital do juiz. O procedimento, embora largamente utilizado, não consta em qualquer regramento, o que tem levado reclamações de advogados à Corregedoria do Tribunal Regional Federal. "Na maioria das vezes, o corregedor desconhece esses procedimentos e exige que o juiz explique formalmente a iniciativa", diz Luciana.
Segundo ela, embora a assinatura seja registrada em lote, cada processo é analisado pelo juiz. "O ato é um só, mas cada uma das sentenças é autenticada com uma assinatura diferente, funcionalidade que segue o sentido da Lei do Processo Eletrônico e o princípio da celeridade", defende.
Embora usada só nos Juizados, o procedimento poderia ser aplicado também nas varas comuns, na opinião da presidente dos Juizados, "desde que o processo seja eletrônico e a matéria seja repetitiva".
Outra prática adotada pelos Juizados ainda sem regulamentação é a contagem de prazo processual a partir da notificação eletrônica, via Portal de Intimações, dos órgãos envolvidos em causas nos Juizados Especiais Federais, como INSS, Caixa Econômica Federal, Advocacia-Geral da União, MPF e Defensoria Pública. Fruto de acordo entre a Coordenadoria dos Juizados da 3ª Região e os órgãos, o Portal de Intimações está em funcionamento desde o dia 22 de fevereiro.
Outra preocupação da presidente Luciana Ortiz é com a padronização de procedimentos no recebimento dos processos eletrônicos. "Não existe uma regra que diga que o processo deva ser rejeitado se tiver, por exemplo, um número errado", afirma. "É claro que a Coordenadoria tenta homogeneizar as práticas mediante ofícios circulares, mas uma consolidação das normatizações em um manual facilitaria o acesso às regras."
A comemoração pelos 10 anos dos Juizados na 3ª Região, ocorrida na quinta e na sexta-feira da última semana (1º e 2 de março), contou com a participação dos ministros Ari Pargendler, presidente do STJ, João Otávio de Noronha, corregedor da Justiça Federal, e Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, e dos desembargadores Newton De Lucca, presidente do TRF-3, Fábio Prieto, corregedor regional do tribunal, Therezinha Cazerta (foto), coordenadora dos Juizados Especiais Federais da 3ª Região, Márcio Moraes e Marisa Santos, além de juízes, procuradores e defensores públicos. Os desembargadores aposentados do TRF-3 José Eduardo Barbosa Santos Neves e Anna Maria Pimentel também palestraram, assim como o juiz Silvio Luis Ferreira da Rocha, integrante do Conselho Nacional de Justiça. Cerca de 200 pessoas lotaram o auditório do Juizado, na capital paulista, nos dois dias do evento.
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