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Advocacia está mal defendida, afirma Rosana Chiavassa

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27 de julho de 2012, 15h30

Na noite da última quinta-feira (26/7), cerca de 750 advogados — segundo a buffet — foram de trajes sociais ao Círculo Militar de São Paulo para a festa de apoio à pré-candidatura de Rosana Chiavassa, que disputa a presidência da OAB-SP. No evento, música, dança, fogos de artifício, mímicos e discursos que diziam que a advocacia nunca esteve tão mal defendida como agora, “nem mesmo no período mais duro da ditadura militar”.

Campanha Rosana Chiavassa
Em vestido de gala azul escuro e sobre saltos vermelhos, Rosana Chiavassa começou seu discurso agradecendo às mulheres e falando sobre as pessoas que cuidavam de seus filhos quando ela tinha de ir à faculdade, reforçando a imagem de mulher e mãe, que agora a serve ainda mais, uma vez que é a única do sexo feminino na disputa presidencial.

Com discurso inflamado, garantiu que não vai permitir que advogados sejam representados como “malandros” em novelas e programas de televisão. “Tenho certeza que em um ofício as emissoras resolvem, mas não é feito”. A imagem da OAB, disse a pré-candidata, será trabalhada em todos os níveis.

“Vamos bater às portas, vamos abrir as portas e, se precisar, vamos invadir as portas”, disse a candidata, que conclamou todos os presentes a pedirem votos.

Ela reclamou do tratamento despendido a advogados nos tribunais e cartórios do país. “Aquelas plaquinhas fixadas no tribunal, dizendo que desacatar funcionário é crime… Me poupe! Desacatar advogado também o é!”, bradou, arrancando aplausos do grupo que jantava no clube.

O funcionamento e tratamento dado aos advogados nos cartórios apareceu mais de uma vez nos discursos. O professor José Francisco Siqueira, que discursou antes de Rosana, afirmou que fará um levantamento, para criar um ranking dos cartórios que pior atendem ao advogado. “Com dados poderemos exigir as melhoras”, disse a pré-candidata, “vamos parar de achismos e acusacionismo”.

Entre as promessas feitas, Rosana disse que, se eleita, não permitirá que vidros separem advogados de servidores nem que processos sejam consultados presos a correntes, como disse acontecer em varas no interior.

O fim do convênio com a Defensoria Pública também foi abordado pela candidata. “A partir de 1º de janeiro, nós teremos que enfrentar o fim desse convênio [da Defensoria com a OAB]”, lembrou Rosana. “O dinheiro [destinado ao convênio] é público e destinado a pagar advogado. Não vamos permitir que sirva para o lucro de facudlades, ONGs e prefeituras”, afirmou.

O discurso de Rosana teve foco em promessas e necessidades da advocacia. O discurso do professor Siqueira foi mais ácido. Ele atacou a atual gestão da OAB-SP. Segundo o professor, a OAB-SP aglutinou seu papel “na bajulação política e em interesses escusos de quem está no poder”.

A OAB-SP, segundo Siqueira, se prestou a serviços menores, e insiste na política, desfalcando os interesses da classe. Ainda segundo ele, a advocacia está entregue a um “jogo de interesses políticos”.

Campanha Rosana Chiavassa
O professor arrancou fortes aplausos da platéia quando disse que é fundamental que haja o controle externo da magistratura, mas que, hoje, o maior mandatário da OAB-SP é “operador das políticas do judiciário paulista”.

Também ao palco subiu o pré-candidato à presidência da subseção da OAB de São Vicente, Áureo Bernardo. Ele levou à festa um ônibus com 50 pessoas, que se destacavam do público por ostentarem dois adesivos redondos no peito, o da campanha de Rosana, e o da chapa de Bernardo, cujo nome é “Advocacia e Verdade”.

Além dos advogados de São Vicente, o evento teve a presença de advogados de outras subseções, como Santos, Guarulhos, Itu e Sorocaba.

O convite para o evento era assinado pela sigla M.A.R., do Movimento de Apoio a Rosana Chiavassa, mas sua realização teve apoio da equipe de campanha da pré-candidata.

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