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"Voto do revisor mostra vitória da tese do caixa dois"

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25 de agosto de 2012, 12h31

O advogado Márcio Thomaz Bastos disse que o voto do revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski, representa uma “vitória da tese do caixa dois” e “estabelece uma nova corrente de pensamento e debate, que pode abrir caminho para novas estratégias de defesa e até absolvição de outros réus”. As informações são do jornal O Globo.

O ex-ministro da Justiça do governo Lula é advogado de José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural. Ele elogiou “a densidade e a lógica do voto” e disse que o julgamento ficou mais vivo, com possibilidades abertas. Na quinta-feira, Lewandowski inocentou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha de todos os crimes, além de Marcos Valério e seus ex-sócios no caso da Câmara. Segundo Thomaz Bastos, é cedo para saber se outros ministros vão acompanhá-lo. “Deixamos de lado o pensamento único, que é o da acusação, que foi encampado pelo relator, e passamos para outro tipo de pensamento. Agora, há divergência, discussão, o julgamento e a opinião pública só têm a ganhar”.

O ex-ministro contou ainda que fala sempre com o ex-presidente Lula sobre o caso. “Ele me telefona para perguntar como está, como será o cronograma, quem irá votar…”, diz. Marcio Thomaz Bastos voltou a criticar o formato do julgamento. Afirmou que o STF não era o lugar para um evento deste porte e os “ministros não têm tradição de julgar ações penais”.

José Carlos Dias, também ex-ministro da Justiça e advogado da ex-presidente do Conselho Executivo do Rural, Katia Rabello, disse que o voto de Lewandowski deve inocentar outros réus, como o ex-deputado Professor Luizinho, do PT. José Fernando Pacheco, advogado de José Genoino, também se disse animado. “O voto deixou claro que o julgamento será verdadeiro, baseado em provas”.

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