Faculdade de Direito da GV busca nova diretoria
4 de outubro de 2010, 10h30
Ary Oswaldo acompanhou de perto os primeiros passos do curso. “Nós desenvolvemos tudo, até material didático próprio”, conta. Ocupando o posto há uma década, ele se prepara para deixar o cargo, dedicando-se exclusivamente à docência e à pesquisa como professor sênior da instituição.
A escolha do novo diretor já começou. O processo deve durar até o primeiro trimestre de 2011 e contará com uma comissão composta por cinco integrantes. Ary Oswaldo brinca que, para participar, basta "ser bacharel em Direito". A equipe que escolherá o ocupante da cadeira é composta pelos professores Carlos Ari Sundfeld, Gustavo Tepedino, Lindolpho de Carvalho Dias e Luciana Gross Cunha.
Os interessados em ocupar a vaga precisam ter certa liderança no campo jurídico, vivência internacional e experiência acadêmica, além de domínio da língua inglesa e passagem na gestão de alguma instituição, sobretudo naquelas voltadas ao ensino. Além disso, é necessário que eles encaminhem um projeto até o dia 25 de novembro. Outras informações poderão ser encontradas no site da instituição.
Tempo integral
Ele conversou com a reportagem da revista Consultor Jurídico, ocasião na qual falou do novo curso, dos tribunais de arbitragem, da morosidade do Judiciário e da presença de escritórios estrangeiros em terras brasileiras.
A Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas formou sua primeira turma há um ano, em 2009 – tendo 80% dos alunos sido aprovados no Exame da Ordem dos Advogados. Ary Oswaldo explica que, desde o processo de seleção, a intenção é selecionar alunos com um perfil específico. Para atingir esse objetivo, a avaliação é dividida em duas etapas. A primeira conta com duas provas, uma de língua portuguesa e outra de inglesa. “O aluno precisa saber inglês. Uma coisa é você pedir um café nos Estados Unidos, outra é fazer uma sustentação oral”, explica. Depois vem a segunda fase, encabeçada por um psicólogo. “Nós escolhemos um tema de conhecimento geral, como aborto ou pena de morte, e pedimos para o aluno se posicionar a respeito”, detalha. Assim, os alunos são avaliados quanto às capacidades de expressão, de exposição de ideias e de trabalho em grupo. A cada ano, 50 vagas são oferecidas.
Já na universidade, os alunos freqüentam o curso em tempo integral nos três primeiros dos cinco anos. Para o diretor, professor que ministra aulas em faculdade concomitantemente ao trabalho em escritórios de advocacia não trazem grandes benefícios à sala de aula. Visando suprir essa lacuna, os alunos participam de oficinas. Somente no quarto ano do curso é que eles ingressam no mercado de trabalho. Como explica Ary Oswaldo, "propositadamente os alunos não têm tempo de trabalhar antes desse período".
Além do curso de bacharelado em Direito, a Direito GV oferece também o GV Law – no qual cerca de 10% dos alunos não são oriundos da área jurídica – e o recente programa de mestrado em Direito.
Ary Oswaldo é árbitro do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem. Para ele, o Brasil tem se tornado referência na área, com grandes nomes já firmados. Ele também participa da Câmara de Arbitragem do Mercado, entidade associada à Academia Brasileira de Direito Tributário. Para ele, o Brasil tem fornecido ótimos profissionais na área, embora seja necessário mais empenho para que a demanda aumente.
Sobre os problemas do Poder Judiciário brasileiro, o professor é categórico. “O problema do Judiciário está na gestão. O operador do Direito não sabe gerir”, diz. Segundo ele, esse foi um dos motivos que levaram à implantação do curso de Direito. "Aqui, o aluno que cursa Direito pode sair também com o diploma de Administração, caso escolha essa opção no último ano do curso", conta.
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