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Prisão de juiz no Paraná é a notícia mais lida da semana na ConJur

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4 de outubro de 2008, 0h00

A prisão do juiz federal Jail Benites Azambuja em Umuarama, município no noroeste do Paraná, foi a notícia mais lida dessa semana da revista Consultor Jurídico. Desde que foi publicada, com exclusividade por esta revista, no domingo (28/9), a notícia teve 3.855 acessos. O juiz é suspeito de ter ordenado um ataque à casa do também juiz federal Luiz Carlos Canalli em 19 de setembro e de forjar um atentado contra si em 28 de fevereiro. A Polícia Federal prendeu Azambuja no sábado (24/09), levou-o para a superintendência em Curitiba e soltou-o na noite de quarta-feira (1º/10). A segunda notícia mais lida na semana, com 3.762 acessos, também trata da prisão do juiz.

A primeira notícia foi publicada, no domingo (28/9), quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região não havia divulgado a identidade do preso, mas já existiam suspeitas. A segunda reportagem sobre a prisão de Azambuja revelou o complicado jogo de interesses por trás dos atentados.

A reportagem mostra que há fatos conflitantes e motivações diversas a favor ou contra o juiz preso. Logo depois do suposto atentado contra seu carro, Azambuja decretou a prisão de 47 policiais civis, militares e políticos, todos acusados de contrabando, segundo publicou o jornal Gazeta do Povo do Paraná. Uma semana depois, todos foram soltos por falta de provas. A Polícia Federal investiga se os tiros disparados contra a casa do juiz, em fevereiro, não teriam sido uma desculpa para justificar a expedição dos mandatos de prisão contra o grupo de policiais suspeitos de envolvimento com o crime organizado.

O estopim para a prisão de Azambuja foram os disparos contra a casa de Canalli. Ainda abalado pelo susto do atentado, na manhã do dia 19, Canalli prometeu que diria coisas que ninguém havia tido coragem de dizer, mas acabou não se pronunciando. Ele deu pistas de que os tiros disparados na casa de Azambuja teriam ligação com os tiros na sua casa, o que também não foi confirmado nem desmentido. Os disparos de pistola efetuados na casa de Azambuja atingiram um carro da Justiça Federal que acabara de ser estacionado pelo próprio juiz. Ninguém ficou ferido. Ele pediu a intervenção da PF e participou das investigações.

A PF tenta montar esse quebra-cabeça para saber o motivo do atentado na casa de Canalli, já que ele, diferentemente de Azambuja, não atuava em processos contra integrantes do crime organizado. O próprio juiz disse não entender os tiros, pois o máximo que faz, quando não está em serviço na Justiça Federal, é cuidar de um sítio de 40 alqueires em Xambrê, distante 30 quilômetros de Umuarama. Canalli não sofria ameaças e nunca foi incomodado na casa de muro baixo, sem câmeras filmadoras ou seguranças armados.

O terceiro texto mais lido da semana foi o artigo de Cezar Roberto Bitencourt e José Fernando Gonzalez sobre as mudanças no processo penal instituídas pela Lei 11.719/08. Os autores defendem que a nova lei modifica o processo de recebimento de denúncia de maneira que recomenda-se uma reflexão cuidadosa sobre os impactos.

Leia os 10 textos mais acessados da semana

Crime em Umuarama — Juiz é preso por envolvimento em atentado contra colega.

Gol contra — Juiz federal de Umuarama já está preso em Curitiba.

Novo modelo — O recebimento da denúncia segundo a Lei 11.719/08.

Feitiço contra feiticeiro — Juíza faz pedido de indenização virar lição de bom senso.

Mais direitos — Nova lei de estágios entra em vigor nesta sexta-feira.

Carta maltratada — Constituição foi desfigurada para atender à globalização.

Operação Satiagraha — Juiz diz que foi pressionado para deixar Dantas solto.

Polícia política — Gilmar Mendes vê projeto político por trás de operações.

Corrupção passiva — STJ condena desembargador Paulo Theotônio da Costa.

Economia pública —Estado de São Paulo se livra de pagar R$ 2,4 bilhões.

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